Economia

Indústria amplia oferta de serviço para diversificar receita

Ao oferecer serviços, as grandes indústrias conseguem fidelizar clientes e firmar contratos de médio e longo prazos


	Diversificação: ao oferecer serviços, as grandes indústrias conseguem fidelizar clientes e firmar contratos de médio e longo prazos
 (Germano Lüders/EXAME)

Diversificação: ao oferecer serviços, as grandes indústrias conseguem fidelizar clientes e firmar contratos de médio e longo prazos (Germano Lüders/EXAME)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de janeiro de 2016 às 11h06.

São Paulo - Diferentes empresas, originalmente do ramo industrial, estão investindo para deixar de serem apenas fabricantes de determinados produtos e se tornarem fornecedoras de soluções.

Ao oferecer serviços, as grandes indústrias conseguem fidelizar clientes e firmar contratos de médio e longo prazos. Recentemente, companhias como GE, WEG e GM fizeram movimentos desse tipo no Brasil.

"É uma expansão natural da cadeia de valor. O produto criado pela indústria gera uma necessidade de manutenção, por exemplo, que é uma oportunidade de negócios para ela no ramo de serviços", diz Denis Balaguer, diretor do centro de inovação da EY (Ernst & Young) e coordenador do comitê de inovação em serviços da Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei).

A GE Transportation, fabricante de locomotivas, acaba de inaugurar em Contagem (MG) um centro de monitoramento e diagnóstico remoto de falhas na frota, o segundo do grupo no mundo e primeiro fora dos EUA.

A nova tecnologia permite que a GE identifique, por exemplo, se a temperatura de uma peça está alta e envie um alerta ao maquinista, evitando uma pane no sistema e o custo de uma peça danificada.

De acordo com o presidente da GE Transportation para a América Latina, Rogério Mendonça, o investimento visa ampliar a atuação da GE como fornecedora de um serviço completo de tecnologia para transporte ferroviário. Em cinco anos, as vendas no segmento de manutenção saltaram de 15% para 40% do faturamento da empresa.

"A tendência é oferecermos contratos full service, em que vendemos a locomotiva, assumimos toda a manutenção da frota do cliente e garantimos uma performance operacional mínima do produto", explicou Mendonça.

O primeiro deles no Brasil foi fechado há cerca de um ano, com a ALL, que prevê a gestão de 107 locomotivas por 15 anos. Até então, a frota da ALL vinha sendo monitorada pela GE por meio da central nos Estados Unidos.

A GE não está sozinha nesse movimento. A montadora General Motors lançou, no fim de 2015, o serviço OnStar, que conecta motoristas dos veículos da marca a uma central de atendimento capaz de acionar uma ambulância ou dar informações como qual o hotel mais próximo.

Por enquanto, o serviço está disponível para os donos do Cruze e do Cobalt, que terão acesso gratuito à central por 12 meses.

Depois, ele será vendido por assinatura. "Mais que uma oportunidade de negócios, o OnStar é um diferencial competitivo de segurança e conveniência e que foca na fidelização dos clientes à marca", disse o diretor da GM, Carlos Meinert.

O desejo de oferecer serviços para os clientes já levou grandes indústrias a adquirir empresas de serviço. A fabricante de pneus francesa Michelin, por exemplo, pagou R$ 1,6 bilhão, em 2014 para comprar a brasileira Sascar, de rastreamento de carga.

No fim do ano passado, a fabricante de motores WEG comprou a empresa de manutenção de geradores Efacec Energy Service, de Pernambuco.

De acordo com o diretor superintendente da unidade de Transmissão e Distribuição da WEG, Carlos Diether Prinz, a aquisição foi feita para ajudar a WEG a ganhar relevância na área de "reforma e repotencialização" de geradores antigos de usinas hidrelétricas. Hoje, quase 90% do faturamento da WEG vem da fabricação e venda de motores novos.

Mas, segundo Prinz, há uma oportunidade de crescimento no "retrofit" de motores. A estimativa da WEG é de que cerca de metade das hidrelétricas brasileiras foi construída nos anos 60 e 70 e estão com a vida útil de seus transformadores perto do fim.

Nesses casos, costuma ser mais vantajoso para o cliente fazer uma repotencialização do gerador antigo do que comprar um novo, explica Prinz.

"É um negócio complementar. Não concorre com a venda de motores novos", ressalta o executivo.

Após a manutenção, o motor volta "repaginado" e recebe a marca WEG. 

Acompanhe tudo sobre:EmpresasEmpresas abertasEmpresas americanasEquipamentos e peçasGM – General MotorsMáquinas e peçasMontadorasWEG

Mais de Economia

BNDES firma acordo de R$ 1,2 bilhão com a Agência Francesa para projetos no Brasil

Se Trump deportar 7,5 milhões de pessoas, inflação explode nos EUA, diz Campos Neto

Câmara aprova projeto do governo que busca baratear custo de crédito