Economia

Índice de evolução da produção tem o pior março da série histórica

Segundo Confederação Nacional da Indústria, a paralisação das vendas por conta da covid-19 resultou numa resposta imediata na produção

Pesquisa Sondagem Industrial: Índice de evolução do emprego também registrou queda no mês de março, ficando em 44,6, diante dos 50,4 pontos verificados em fevereiro. (Tom Werner/Getty Images)

Pesquisa Sondagem Industrial: Índice de evolução do emprego também registrou queda no mês de março, ficando em 44,6, diante dos 50,4 pontos verificados em fevereiro. (Tom Werner/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de abril de 2020 às 12h15.

A crise causada pelo pandemia do novo coronavírus com a consequente queda de demanda "forçou" uma redução sem precedentes na atividade industrial, aponta a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Pesquisa Sondagem Industrial divulgada nesta terça-feira (28) mostra que o índice que mede a evolução da produção ficou em 33,3 pontos em março, ante os 47,5 pontos registrados em fevereiro, marcando uma forte distância negativa da linha divisória dos 50 pontos.

Pela metodologia da pesquisa, valores acima de 50 pontos indicam aumento da produção e abaixo, queda da produção. Para o mês de março na série histórica iniciada em 2010, é o pior número. "O indicador reflete uma queda em uma intensidade e disseminação nunca registrada na série mensal", aponta a CNI.

A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) também apresentou dados drásticos, com queda de dez pontos porcentuais ante fevereiro. A UCI ficou em 58% no mês passado, chegando ao menor nível já registrado na série mensal, segundo a CNI. O índice de UCI efetiva em relação ao usual, que procura medir o quão a atividade industrial está aquecida, recuou para 31,1 pontos em março. "Os índices de Utilização da Capacidade Instalada (UCI) refletem a interrupção das atividades produtivas em decorrência dos efeitos da pandemia da covid-19", afirma a entidade.

O índice de evolução do emprego no mês de março também registrou queda, ficando em 44,6, diante dos 50,4 pontos verificados em fevereiro. Na comparação com o mês de março de outros anos, o índice se aproxima de 2015 e 2016, cuja pontuação ficou em 43,6 e 43,1, respectivamente. Para a CNI, o fato de o índice ter ficado um pouco acima em relação a esses períodos se deve, provavelmente, à rapidez e surpresa da queda na produção e uma reação das empresas por meio de ajustes temporários como férias coletivas, banco de horas, redução de jornada de trabalho e/ou suspensão de contratos de trabalho.

"Cabe ressaltar que apesar da forte queda na produção, a intensidade da redução no emprego foi inferior à apurada nos meses de março de 2015 e 2016. O motivo se deve, provavelmente à rapidez e surpresa da queda na produção e uma reação das empresas por meio de ajustes temporários como férias coletivas, banco de horas, redução de jornada de trabalho e/ou suspensão do contrato de trabalho", afirma a CNI.

A entidade também mostra que os estoques ficaram inalterados em março. "O índice de evolução dos estoques ficou em 50 pontos, ou seja, manteve-se inalterado". Segundo a CNI, a peculiaridade da crise, em razão do desaparecimento do consumidor, é notada neste comportamento.

A entidade explica que a paralisação das vendas resultou numa resposta imediata na produção. "Não foi uma produção que diminuiu o ritmo em razão do acúmulo de estoques, mas uma resposta quase que instantânea à interrupção de quase todos os negócios na economia brasileira. Não houve sinal de atenção", diz.

Já o índice de nível de estoque efetivo em relação ao planejado ficou em 49,9 pontos, ou seja, mostra estoques no nível planejado pela indústria, diz a CNI.

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