Índice Cielo apura alta de 9% na receita de vendas
O resultado do Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) em março é o pior da série histórica, que começou em janeiro de 2013
Da Redação
Publicado em 17 de abril de 2014 às 15h15.
São Paulo - O Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) apurou alta de 9,0% na receita nominal de vendas em março ante o mesmo mês do ano passado. Descontada a inflação, o crescimento foi de 2,2%.
Apesar do desempenho positivo na comparação anual, houve desaceleração em relação aos meses anteriores. Em fevereiro, por exemplo, o avanço do ICVA foi de 17,4%, sem descontar a inflação.
O resultado do ICVA em março é o pior da série histórica, que começou em janeiro de 2013.
De acordo com o gerente da área de Inteligência da Cielo, Gabriel Mariotto, o fato de este ano o carnaval ter ocorrido em março contribui para a diminuição do ritmo de alta, mas não explica totalmente o resultado do indicador.
"Mesmo descontando o efeito do calendário, o varejo desacelerou em março. Houve uma clara redução das vendas no comércio varejista brasileiro", disse durante a divulgação do ICVA, nesta quinta-feira.
"Essa desaceleração apontada pelo índice está bastante em linha com o ambiente macroeconômico atual, marcado pela menor expansão da massa de rendimento salarial, pela inflação crescente e pelos impactos da política monetária contracionista", acrescentou a economista Mariana Oliveira, da Tendências Consultoria.
Segundo Mariotto, entre os setores que mantêm uma constante influência positiva para o setor varejista, de acordo com a medição do ICVA, estão o de farmácias e medicamentos, postos de gasolina e alimentação em bares e restaurantes.
Já o segmento de supermercados e hipermercados havia contribuído para a alta de janeiro, mas em fevereiro e março ficou abaixo da média do ICVA.
"Esse movimento pode ser explicado pelo próprio comportamento inflacionário", afirmou Mariana. "Em janeiro, havíamos observado pressões menos importantes dos produtos comercializados nos supermercados.
Nos meses seguintes, com destaque para março, começamos a observar mais choques em itens que impactam a cesta de consumo das famílias, relacionados principalmente à alimentação em domicilio."
Trimestre
No primeiro trimestre de 2014, o ICVA teve expansão de 14% ante o mesmo intervalo de 2013. Mariotto destacou que a alta divulgada hoje é menor do que a verificada nos três últimos meses do ano passado, o que confirma a trajetória de desaceleração da atividade varejista.
A região que teve o melhor resultado no primeiro trimestre de 2014 foi a Nordeste, com avanço de 15,5%, seguida pelo Centro-Oeste (15,4%), Norte (15,2%), Sul (14,0%) e Sudeste (13,5%).
Perspectivas
Mariana Oliveira, da Tendências, revelou que nos próximos meses o consumo deve manter o movimento descendente.
"Temos choques relacionados a questões climáticas que podem trazer novas pressões de preços. Além disso, mesmo que a taxa de desemprego continue surpreendendo para baixo, o mercado de trabalho está em desaceleração. E tem a questão do aperto monetário, que deve fazer do crédito uma variável limitadora no consumo varejista", explicou.
A economista acredita que a Copa do Mundo deve provocar mudanças de sazonalidade no comércio, mas o efeito positivo da competição para alguns segmentos será compensado por impactos negativos em outras áreas, o que deve resultar em uma influência líquida pequena para o varejo.
Mariotto ressalta que o turista estrangeiro costuma ter um tíquete médio três vezes maior que o do brasileiro.
"Para segmentos que atraiam estrangeiros, a Copa pode ser benéfica. Mas, como um todo, não esperamos grande contribuição nas vendas, até por causa dos feriados, que costumam prejudicar o comércio", disse.
O ICVA acompanha mensalmente a evolução do varejo de acordo com a receita nominal de vendas, com base em um grupo de 24 setores mapeados pela Cielo, de pequenos lojistas a grandes varejistas.
São Paulo - O Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) apurou alta de 9,0% na receita nominal de vendas em março ante o mesmo mês do ano passado. Descontada a inflação, o crescimento foi de 2,2%.
Apesar do desempenho positivo na comparação anual, houve desaceleração em relação aos meses anteriores. Em fevereiro, por exemplo, o avanço do ICVA foi de 17,4%, sem descontar a inflação.
O resultado do ICVA em março é o pior da série histórica, que começou em janeiro de 2013.
De acordo com o gerente da área de Inteligência da Cielo, Gabriel Mariotto, o fato de este ano o carnaval ter ocorrido em março contribui para a diminuição do ritmo de alta, mas não explica totalmente o resultado do indicador.
"Mesmo descontando o efeito do calendário, o varejo desacelerou em março. Houve uma clara redução das vendas no comércio varejista brasileiro", disse durante a divulgação do ICVA, nesta quinta-feira.
"Essa desaceleração apontada pelo índice está bastante em linha com o ambiente macroeconômico atual, marcado pela menor expansão da massa de rendimento salarial, pela inflação crescente e pelos impactos da política monetária contracionista", acrescentou a economista Mariana Oliveira, da Tendências Consultoria.
Segundo Mariotto, entre os setores que mantêm uma constante influência positiva para o setor varejista, de acordo com a medição do ICVA, estão o de farmácias e medicamentos, postos de gasolina e alimentação em bares e restaurantes.
Já o segmento de supermercados e hipermercados havia contribuído para a alta de janeiro, mas em fevereiro e março ficou abaixo da média do ICVA.
"Esse movimento pode ser explicado pelo próprio comportamento inflacionário", afirmou Mariana. "Em janeiro, havíamos observado pressões menos importantes dos produtos comercializados nos supermercados.
Nos meses seguintes, com destaque para março, começamos a observar mais choques em itens que impactam a cesta de consumo das famílias, relacionados principalmente à alimentação em domicilio."
Trimestre
No primeiro trimestre de 2014, o ICVA teve expansão de 14% ante o mesmo intervalo de 2013. Mariotto destacou que a alta divulgada hoje é menor do que a verificada nos três últimos meses do ano passado, o que confirma a trajetória de desaceleração da atividade varejista.
A região que teve o melhor resultado no primeiro trimestre de 2014 foi a Nordeste, com avanço de 15,5%, seguida pelo Centro-Oeste (15,4%), Norte (15,2%), Sul (14,0%) e Sudeste (13,5%).
Perspectivas
Mariana Oliveira, da Tendências, revelou que nos próximos meses o consumo deve manter o movimento descendente.
"Temos choques relacionados a questões climáticas que podem trazer novas pressões de preços. Além disso, mesmo que a taxa de desemprego continue surpreendendo para baixo, o mercado de trabalho está em desaceleração. E tem a questão do aperto monetário, que deve fazer do crédito uma variável limitadora no consumo varejista", explicou.
A economista acredita que a Copa do Mundo deve provocar mudanças de sazonalidade no comércio, mas o efeito positivo da competição para alguns segmentos será compensado por impactos negativos em outras áreas, o que deve resultar em uma influência líquida pequena para o varejo.
Mariotto ressalta que o turista estrangeiro costuma ter um tíquete médio três vezes maior que o do brasileiro.
"Para segmentos que atraiam estrangeiros, a Copa pode ser benéfica. Mas, como um todo, não esperamos grande contribuição nas vendas, até por causa dos feriados, que costumam prejudicar o comércio", disse.
O ICVA acompanha mensalmente a evolução do varejo de acordo com a receita nominal de vendas, com base em um grupo de 24 setores mapeados pela Cielo, de pequenos lojistas a grandes varejistas.