Economia

Importação de gasolina despenca 80% no 1º semestre

Até junho, o Brasil importou 941,4 mil toneladas de gasolina, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior


	Frentista atendendo a um cliente em um posto de gasolina da Petrobras em Brasília
 (Adriano Machado/Bloomberg)

Frentista atendendo a um cliente em um posto de gasolina da Petrobras em Brasília (Adriano Machado/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 11 de julho de 2014 às 21h59.

Rio de Janeiro - As importações de gasolina pelo país caíram 45 por cento no primeiro semestre deste ano, frente ao mesmo período de 2013, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), apesar do crescimento de 8,8 por cento da demanda nos postos pelo combustível até maio.

Até junho, o país importou 975,3 mil toneladas de gasolina, de acordo com o ministério, enquanto no mesmo período do ano passado o volume somou 1,78 milhão de toneladas.

Um dos fatores para a queda acentuada nas importações é o maior uso de etanol, tanto pelo aumento da mistura do biocombustível na gasolina, de 20 para 25 por cento (a partir de maio de 2013), quanto pelo maior consumo de álcool hidratado pelos carros flex.

"O efeito do aumento da mistura do álcool na gasolina nas importações da Petrobras é muito grande", afirmou à Reuters o diretor de Regulação e Abastecimento do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom), Luciano Libório.

A Petrobras também tem otimizado o uso de seu parque de refino, obtendo recorde de processamento de petróleo em junho, segundo informou em nota a empresa no início de julho.

A carga média processada em junho pela Petrobras foi de 2,172 milhões de barris de petróleo por dia (bpd), alta de 21 mil bpd sobre o recorde mensal anterior, registrado em março de 2014, contribuindo para a redução das importações de derivados.

Procurada para falar especificamente da queda nas importações de gasolina, a empresa não comentou imediatamente o assunto.

A redução das compras externas é positiva para o caixa da Petrobras, já que a empresa vende derivados no mercado interno a preços inferiores aos que são praticados no exterior, como parte das políticas de controle da inflação do governo federal.

Libório destacou que, também por isso, torna-se desfavorável para outras companhias importarem gasolina para o Brasil --o ministério não divulga dados de importação por empresas.

As vendas de gasolina C das distribuidoras, comercializada nos postos com adição de etanol anidro, tiveram crescimento de 8,8 por cento nos primeiros cinco meses do ano em relação ao mesmo período de 2013, segundo os últimos dados fornecidos pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

As vendas de etanol hidratado, que abastece veículos flex, também apresentou crescimento no acumulado até maio, de 15,4 por cento.

Texto atualizado às 21h58min do mesmo dia para corrigir o volume de gasolina importado pelo país no primeiro semestre.

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