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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h53.
A queda do Índice Geral de Preços Disponibilidade Interna (IGP-DI), divulgada nesta terça-feira (13/1), põe fim em um dos primeiros atritos do governo Lula: a definição do melhor indicador para o reajuste das tarifas de telefonia. Depois de várias disputas judiciais, prevaleceu - contra a vontade da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e contra o que determinavam os contratos com as concessionárias - o reajuste pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Na época, a variação do IPCA era a menor.
O IGP-DI fechou o ano de 2003 em 7,67%, segundo a Fundação Getúlio Vargas. Em dezembro, registrou alta de 0,6%.
Agora, portanto, o índice de escolha do ministro das Comunicações, Miro Teixeira, deve terminar o ano cerca de 1,5 ponto percentual acima do IGP-DI - a previsão do mercado financeiro é que o IPCA varie 9,22%, segundo o mais recente relatório do Banco Central. Para 2004, as estimativas giram em torno de 6% para ambos os índices. O episódio dos reajustes das tarifas culminou na destituição do presidente da Anatel, Luiz Guilherme Schymura, que se opôs à decisão do ministro.
No mercado financeiro, o encerramento da questão do reajuste tem efeito imediato. A indefinição do marco regulatório prejudicou o desempenho das ações das empresas de telefonia, que não conseguiram captar a extraordinária valorização de 97,3% do Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) em 2003.
Para este ano, no entanto, esse setor é um dos mais indicados pelos analistas de mercado em termos de potencial de valorização. Os maiores problemas da telefonia ficaram para trás, diz Mario Quaresma, superintendente de renda variável da empresa de gestão de recursos do BankBoston. As empresas do setor, principalmente fixas, são boas geradoras de caixa e devem pagar dividendos este ano.
A estimativa está baseada no fato de que o dólar tem tudo para continuar comportado, com a continuidade das captações externas e do bom desempenho das exportações e, por isso, deixe de ser fator de pressão sobre os preços de atacado, o principal componente do IGP-DI.