Emprego industrial tem pior semestre desde dezembro de 2000
Segundo o IBGE, entre janeiro e junho houve queda de 5,2% a 5,8%
Da Redação
Publicado em 19 de agosto de 2015 às 15h00.
Rio - O emprego industrial teve o pior semestre desde dezembro de 2000, início da série histórica da pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) .
A constatação vale tanto para a variável de pessoal ocupado assalariado quanto para a de total de horas pagas, que acumularam queda de 5,2% e 5,8% de janeiro a junho.
A pesquisa do IBGE também revela que a quantidade de pessoas empregadas em junho ficou 12,8% abaixo do pico histórico, registrado em julho de 2008.
"O cenário do mercado de trabalho permanece no campo negativo há algum tempo e com a magnitude das perdas se intensificando mês a mês. Isso não pode ser dissociado da trajetória descendente da produção industrial brasileira desde outubro de 2013", diz o gerente da coordenação de indústria do IBGE, André Macedo.
Desde outubro de 2013 a produção industrial teve redução de 10,2%. Nesse mesmo período, o total do pessoal ocupado e do número de horas pagas também mostraram perdas: de -8,3% e de -8,8%, respectivamente.
Para o técnico a queda acumulada de 6,3% da produção na indústria de janeiro a junho de 2015 sinaliza que não deve haver uma mudança significativa nesse quadro.
O cenário, lembra, ainda é desfavorável com baixo nível de confiança do empresariado e das famílias, inflação pressionando a renda e a demanda doméstica, além do aperto no crédito.
Tanto na comparação contra o mês de junho do ano passado, quanto no índice acumulado dos seis primeiros meses do ano as taxas negativas foram disseminadas pelos dezoito setores da indústria investigados pelo IBGE.
No primeiro semestre as contribuições negativas mais relevantes vieram de meios de transporte (-9,9%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-12,5%), produtos de metal (-10,2%), alimentos e bebidas (-2,2%), máquinas e equipamentos (-6,4%), outros produtos da indústria de transformação (-8,7%), vestuário (-5,4%), calçados e couro (-7,5%), metalurgia básica (-6,5%), papel e gráfica (-3,3%), refino de petróleo e produção de álcool (-6,3%), indústrias extrativas (-4,6%) e produtos têxteis (-2,9%).
Apesar do perfil disseminado de perdas, Macedo destaca que a queda mais importante do mercado de trabalho está concentrada na indústria automobilística.
De acordo com Macedo, o emprego no segmento meios de transporte (quem têm a indústria automotiva como carro-chefe, além de motocicletas e indústria naval) apresentou queda pelo 19º mês consecutivo, tendo os últimos quatro meses registrado taxas negativas de dois dígitos. No acumulado do ano a queda é de 9,9%.
Com perda do ritmo de produção, mas níveis ainda elevados de estoques, o setor automotivo vem promovendo férias coletivas, adoção do lay-off (suspensão dos contratos de trabalho) e demissões. Na tentativa de conter os cortes o governo orientou os bancos públicos a liberar crédito mais barato a empresas que se comprometerem a não demitir.
Ontem a Caixa Econômica Federal anunciou que vai liberar cerca de R$ 5 bilhões até o fim de 2015 para os fornecedores das montadoras. Hoje o Banco do Brasil anunciou liberação de R$ 3,1 bilhão para o setor.
Em junho o nível de pessoal ocupado caiu 1% ante maio, atingindo mais uma vez o menor nível da série histórica do IBGE. À exceção de dezembro de 2014, esse piso vem se renovando mês a mês desde novembro do ano passado.
Nos últimos 15 meses foram 14 resultados negativos para o nível de emprego industrial no país.
Rio - O emprego industrial teve o pior semestre desde dezembro de 2000, início da série histórica da pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) .
A constatação vale tanto para a variável de pessoal ocupado assalariado quanto para a de total de horas pagas, que acumularam queda de 5,2% e 5,8% de janeiro a junho.
A pesquisa do IBGE também revela que a quantidade de pessoas empregadas em junho ficou 12,8% abaixo do pico histórico, registrado em julho de 2008.
"O cenário do mercado de trabalho permanece no campo negativo há algum tempo e com a magnitude das perdas se intensificando mês a mês. Isso não pode ser dissociado da trajetória descendente da produção industrial brasileira desde outubro de 2013", diz o gerente da coordenação de indústria do IBGE, André Macedo.
Desde outubro de 2013 a produção industrial teve redução de 10,2%. Nesse mesmo período, o total do pessoal ocupado e do número de horas pagas também mostraram perdas: de -8,3% e de -8,8%, respectivamente.
Para o técnico a queda acumulada de 6,3% da produção na indústria de janeiro a junho de 2015 sinaliza que não deve haver uma mudança significativa nesse quadro.
O cenário, lembra, ainda é desfavorável com baixo nível de confiança do empresariado e das famílias, inflação pressionando a renda e a demanda doméstica, além do aperto no crédito.
Tanto na comparação contra o mês de junho do ano passado, quanto no índice acumulado dos seis primeiros meses do ano as taxas negativas foram disseminadas pelos dezoito setores da indústria investigados pelo IBGE.
No primeiro semestre as contribuições negativas mais relevantes vieram de meios de transporte (-9,9%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-12,5%), produtos de metal (-10,2%), alimentos e bebidas (-2,2%), máquinas e equipamentos (-6,4%), outros produtos da indústria de transformação (-8,7%), vestuário (-5,4%), calçados e couro (-7,5%), metalurgia básica (-6,5%), papel e gráfica (-3,3%), refino de petróleo e produção de álcool (-6,3%), indústrias extrativas (-4,6%) e produtos têxteis (-2,9%).
Apesar do perfil disseminado de perdas, Macedo destaca que a queda mais importante do mercado de trabalho está concentrada na indústria automobilística.
De acordo com Macedo, o emprego no segmento meios de transporte (quem têm a indústria automotiva como carro-chefe, além de motocicletas e indústria naval) apresentou queda pelo 19º mês consecutivo, tendo os últimos quatro meses registrado taxas negativas de dois dígitos. No acumulado do ano a queda é de 9,9%.
Com perda do ritmo de produção, mas níveis ainda elevados de estoques, o setor automotivo vem promovendo férias coletivas, adoção do lay-off (suspensão dos contratos de trabalho) e demissões. Na tentativa de conter os cortes o governo orientou os bancos públicos a liberar crédito mais barato a empresas que se comprometerem a não demitir.
Ontem a Caixa Econômica Federal anunciou que vai liberar cerca de R$ 5 bilhões até o fim de 2015 para os fornecedores das montadoras. Hoje o Banco do Brasil anunciou liberação de R$ 3,1 bilhão para o setor.
Em junho o nível de pessoal ocupado caiu 1% ante maio, atingindo mais uma vez o menor nível da série histórica do IBGE. À exceção de dezembro de 2014, esse piso vem se renovando mês a mês desde novembro do ano passado.
Nos últimos 15 meses foram 14 resultados negativos para o nível de emprego industrial no país.