Aviação: associação calcula ainda que os custos unitários gerais das companhias aéreas aumentarão 5,2% em 2018 (David McNew/Getty Images)
Estadão Conteúdo
Publicado em 14 de junho de 2018 às 19h33.
Sydney, Austrália - A Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês) espera que o preço do petróleo Brent deverá atingir, em média, US$ 70 o barril em 2018.
A projeção divulgada nesta quinta-feira, 14, - superior aos US$ 60/barril previstos em dezembro de 2017 -, representa um aumento de 27,5% em relação à média do ano passado, de US$ 54,9/barril.
Diante da alta do petróleo, a entidade estima que o preço do combustível de aviação, um dos principais custos das companhias aéreas, também deverá subir em 2018. Pela nova projeção, o preço do combustível deve alcançar, em média, US$ 84/barril neste ano, 25,9% acima da média de US$ 66,7/barril de 2017.
Com isso, a conta das aéreas com combustível deve chegar a US$ 188 bilhões, 24,2% superior aos US$ 149 bilhões observados no ano passado. O combustível também deverá abocanhar uma parcela maior dos custos operacionais da indústria: 24,2% do total, ante 21,4% em 2017, conforme os números da Iata.
A entidade também chama atenção para a trajetória dos custos trabalhistas, que deverão representar outro foco de pressão sobre a lucratividade do setor. Com a perspectiva de crescimento das contratações para fazer frente ao aumento de capacidade e da demanda aérea, a conta da indústria global com obrigações trabalhistas deve alcançar US$ 185 bilhões em 2018, 8,3% acima do registrado em 2017.
Neste cenário, o custo unitário com obrigações trabalhistas deve subir 2,2% em 2018 - um aumento "significativo", destaca a Iata, após a trajetória de quedas alternadas com relativa estabilidade do indicador nos últimos anos.
A associação calcula ainda que os custos unitários gerais das companhias aéreas aumentarão 5,2% em 2018, acelerando frente aos 1,2% de 2017. Esse desempenho deve pressionar as margens das empresas, já que a receita unitária deve crescer a uma taxa mais modesta, de 4,2%.
Conforme divulgado nesta quinta, a Iata espera que a margem líquida das empresas atinja 4,1%, abaixo dos 5,0% em 2017 e dos 4,8% em 2016. A entidade salienta, porém, que a indústria ainda mostra maior solidez financeira e lucratividade em relação ao visto no passado.
*A jornalista viajou a convite da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês)