Economia

Hong-Kong: paraíso dos produtos de qualidade para os chineses

Cerca de 20% dos moradores da cidade de Shenzhen, no sul da China, vão com assiduidade à ilha vizinha para adquirir produtos

Os baixos impostos da região é um dos principais argumentos dos vizinhos de Shenzhen para escolher este polo econômico (Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

Os baixos impostos da região é um dos principais argumentos dos vizinhos de Shenzhen para escolher este polo econômico (Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de maio de 2012 às 13h58.

Hong Kong - Cerca de 20% do total dos moradores da cidade de Shenzhen, no sul da China, vão com assiduidade à vizinha ilha de Hong- Kong para adquirir produtos, em sua maioria de higiene pessoal, por desconfiarem da qualidade dos produtos da China continental.

No total, estes cidadãos gastaram mais de US$ 3 bilhões em 2011 em produtos de Hong Kong, segundo um estudo elaborado pela associação de comerciantes de Shenzhen e divulgado nesta semana pelo jornal 'South China Morning Post'.

A confiança nas marcas estrangeiras, a segurança que Hong-Kong transmite como centro de consumo e seus baixos impostos são os principais argumentos dos vizinhos de Shenzhen para escolher este polo econômico, localizado a apenas 40 minutos em trem, na hora de comprar.

'Só compro alimentos em Shenzhen, o resto, especialmente os produtos de cuidado com o corpo, adquiro em Hong Kong', disse à Agência Efe Jeff Cheng, taiwanês morador da cidade fronteiriça chinesa há mais de quatro anos.

'Talvez seja uma questão de superstição e costume crer que os produtos chineses não inspiram qualidade, mas por via das dúvidas não vou duvidar da sorte', acrescentou Cheng, que especificou que os produtos importados são muito mais baratos em Hong-Kong.

'Muitos chineses do continente chegam a nossas lojas com malas que enchem com produtos de beleza, sobretudo xampus, cremes para o corpo e pasta de dentes', afirmou à Efe uma funcionária de uma rede de drogarias muito popular em Hong-Kong.

No entanto, a alta demanda também provoca mal-estar entre os cidadãos da antiga colônia britânica, que denunciam que o grande fluxo de consumidores leva os comerciantes a encarecer o preço de certos produtos básicos, como fraldas ou a farinha láctea infantil.

Alguns produtos importados na potência asiática podem chegar a aumentar seu valor em 55%, segundo o Instituto de Desenvolvimento da China em Shenzhen, embora em Hong-Kong as taxas sejam mais baixas.


No entanto, uma redução dos preços dos bens importados para concorrer com Hong Kong poderia provocar uma reversão negativa na economia nacional, já que levaria seus cidadãos a comprar mais produtos estrangeiros, de acordo com o instituto.

O volume de vendas das lojas em Hong-Kong cresceu 17% em março em relação ao ano passado, segundo dados do departamento de estatísticas de Hong Kong.

Os visitantes chineses que pernoitaram na cidade gastaram uma média de US$ 1 mil diários, contra US$ 300 dos que fizeram visitas diurnas em 2011, segundo o escritório de turismo de Hon- Kong.

Além disso, o número de visitantes chineses em Hong-Kong cresceu 21% durante o primeiro trimestre de 2012, informou o escritório de turismo nesta semana.

Shenzhen, com dez milhões de habitantes, três milhões a mais que Hong-Kong, é considerada uma das cidades com mais rápido ritmo de crescimento do mundo, e ambas compartilham uma das fronteiras mais movimentadas do planeta.

Apesar de a maior parte dos estrangeiros não precisar de visto para entrar em Hong-Kong, os cidadãos chineses necessitam de permissões especiais para ir a esta Região Administrativa Especial do país asiático. 

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaChinaConsumoHong KongMetrópoles globais

Mais de Economia

FGTS tem lucro de R$ 23,4 bi em 2023, maior valor da história

Haddad diz que ainda não apresentou proposta de bloqueio de gastos a Lula

FMI confirma sua previsão de crescimento mundial para 2024 a 3,2%

Novos dados aumentam confiança do Fed em desaceleração da inflação, diz Powell

Mais na Exame