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Guedes descarta risco de dominância fiscal no país

Embora políticas tenham estabilizado a demanda em meio à crise, o déficit fiscal e os níveis de dívida do país aumentaram

Ministro da Economia, Paulo Guedes, alerta para necessidade de vacinação em massa (Cristiano Mariz/Arquivo Abril)
FS

Fabiane Stefano

Publicado em 19 de novembro de 2020 às 13h13.

Última atualização em 19 de novembro de 2020 às 13h57.

O fato de as três maiores despesas do Brasil estarem sob controle elimina o risco de o país entrar num cenário de dominância fiscal, disse o ministro da Economia, Paulo Guedes, em entrevista nesta quinta-feira. A preocupação dos investidores com o excesso de gastos e o alto endividamento público tem levantado discussões sobre a possibilidade de o país estar caminhando para um quadro em que o Banco Central perderia potência para controlar a inflação.

O país, no entanto, conseguiu desacelerar a “dinâmica explosiva” de gastos com aposentadorias, salários do funcionalismo e juros da dívida pública, afirmou Guedes. “Nosso foco na reforma da Previdência, na derrubada da relação dívida/PIB e em impedir aumentos do funcionalismo foi exatamente para impedir dominância fiscal”, disse o ministro.

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O governo do presidente Jair Bolsonaro gastou bilhões em medidas para combater a pandemia, enquanto o Banco Central cortou sua taxa de juros para uma baixa recorde. Embora essas políticas tenham estabilizado a demanda em meio à crise, o déficit fiscal e os níveis de dívida do país aumentaram.

As privatizações e a desalavancagem dos bancos públicos vão ajudar a reduzir a dívida pública, disse Guedes. Em um evento da Bloomberg na semana passada, ele afirmou que o Brasil não aumentaria tanto os gastos públicos se uma segunda onda da Covid-19 acontecer, e acrescentou que o governo vai priorizar a venda de quatro estatais no próximo ano.

Segundo a pesquisa Focus do Banco Central, analistas esperam que a economia contraia cerca de 4,7% este ano, em comparação com as previsões de uma queda de 6,5% no início de julho. Ao mesmo tempo, estima-se que a dívida pública se aproxime de 100% do PIB.

Os riscos fiscais pesam sobre a curva de juros e o câmbio, tanto que o real tem o pior desempenho entre as 16 principais moedas neste ano.

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