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Greve da Receita pode dar prejuízo de R$ 10 milhões a Intelbras

A fabricante de telefones teve de parar linha de produção e mandar funcionários para casa

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h23.

A paralisação dos auditores fiscais da Receita Federal, iniciada em 2 de maio, já está trazendo perdas à indústria de Santa Catarina. No caso da Intelbras, fabricante de aparelhos telefônicos sediada no município catarinense de São José, o prejuízo pode ser milionário. A empresa estima que deve fechar o mês com um faturamento desfalcado em 10 milhões de reais por não poder contar com componentes importados, retidos no porto de Itajaí e no aeroporto de Navegantes.

Dependente de dispositivos que vêm de outros países para produzir telefones, a Intelbras decidiu parar uma das três linhas de produção de sua fábrica em São José, a de telefones sem fio - que somava 4 000 unidades por dia. Centrais telefônicas continuam sendo montadas na unidade, mas não podem ser completadas sem os componentes importados. Apenas a fabricação de telefones convencionais continua em ritmo normal. "Temos clientes que cancelaram contratos conosco, esperando para comprar no próximo mês", diz o diretor industrial da empresa, Otávio Ernesto.

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A greve também obrigou a companhia a mandar 200 funcionários para casa por tempo indeterminado, o equivalente a 20% de toda a força de trabalho da fábrica. A redução compulsória das operações pode se transformar em paralisação integral no próximo dia 20 de maio se as mercadorias, que somam 5 milhões de reais, não forem liberadas pelos auditores até lá. Neste caso, a Intelbras decretará férias coletivas a seus 1 000 funcionários.

A greve dos auditores da Receita tem como objetivo conseguir um reajuste salarial de 57,66% para os que estão ativos e de 50,73% para os aposentados. De acordo com o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Unafisco), a correção compensaria as perdas com a inflação dos salários recebidos entre 1995 e 2005. Não há prazo para o fim da paralisação, que recebeu adesão de mais de 60% da categoria.

De acordo com o presidente do Unafisco, Carlos André Soares Nogueira, os auditores tentaram negociar o aumento dos salários com o Ministério da Fazenda, mas ainda não receberam nenhuma contraproposta. Procurado, o Ministério preferiu não fazer comentários a respeito das conversas.

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