Economia

Governo tem déficit recorde de R$ 92,9 bilhões em abril

Resultado de abril representa queda real de 31,9% nas receitas em relação a igual mês do ano passado. Já as despesas tiveram alta real de 44,7%

Dinheiro: no acumulado do primeiro quadrimestre do ano, o resultado primário é negativo em R$ 95,762 bilhões (Rmcarvalho/Getty Images)

Dinheiro: no acumulado do primeiro quadrimestre do ano, o resultado primário é negativo em R$ 95,762 bilhões (Rmcarvalho/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de maio de 2020 às 12h12.

Última atualização em 28 de maio de 2020 às 12h14.

O caixa do Governo Central registrou um déficit primário de R$ 92,902 bilhões em abril, o pior desempenho para o mês da série histórica, que tem início em 1997, segundo divulgação do Tesouro Nacional. O resultado reúne as contas do Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central. Em abril de 2019, o resultado havia sido positivo em R$ 6,526 bilhões.

O resultado de abril veio melhor que a mediana das expectativas do mercado financeiro, que apontava um déficit de R$ 108,36 bilhões, de acordo com levantamento do Projeções Broadcast junto a 23 instituições. O dado do mês passado, porém, ficou dentro do intervalo das previsões, que eram de déficit de R$ 151,8 bilhões a R$ 74,3 bilhões.

O resultado de abril representa queda real de 31,9% nas receitas em relação a igual mês do ano passado. Já as despesas tiveram alta real de 44,7%, puxadas pelos gastos para combater os efeitos da pandemia do coronavírus.

No acumulado do primeiro quadrimestre do ano, o resultado primário é negativo em R$ 95,762 bilhões, também o pior desempenho para o período da série. Em relação aos quatro primeiros meses de 2019, há queda de 9,2%% nas receitas e avanço de 9,7% nas despesas.

Em 12 meses, o Governo Central apresenta um déficit de R$ 189,5 bi, equivalente a 2,58% do PIB.

A meta fiscal para este ano admitia um déficit de até R$ 124 bilhões nas contas do Governo Central, mas a aprovação pelo Congresso do decreto de calamidade pública para o enfrentamento à pandemia do novo coronavírus na prática autoriza o governo a descumprir essa meta em 2020.

Em 2019, o rombo do Governo Central ficou em R$ 95,065 bilhões.

Teto de gastos

As despesas sujeitas ao teto de gastos subiram 0,1% de janeiro a abril, na comparação com igual período de 2019, segundo o Tesouro Nacional.

Pela regra, o limite de crescimento das despesas do governo é a variação acumulada da inflação em 12 meses até junho do ano passado. Porém, como o governo não ocupou todo o limite previsto em anos anteriores, na prática há uma margem para expansão de até 5,9%.

Acompanhe tudo sobre:Déficit públicoeconomia-brasileira

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor