Governo quer antecipar R$ 26 bi de aportes da privatização da Eletrobras para reduzir conta de luz
Ministro afirma que proposta deve constar em medida provisória que será anunciada na próxima semana
Agência de notícias
Publicado em 21 de fevereiro de 2024 às 18h54.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse nesta quarta-feira, que o governo pretende antecipar um aporte de R$ 26 bilhões que a Eletrobras precisa fazer para reduzir as contas de luz. O plano original, previsto com a privatização da Eletrobras , é que o aporte seja feito em cerca de 20 anos. Agora, a ideia é antecipar isso para o curto prazo.
O plano do ministério é usar esses recursos para pagar empréstimos feitos pelas distribuidoras no mercado e que foram repassados aos consumidores por meio da contas "Covid" e "Escassez Hídrica", durante a pandemia e a crise de falta de água, respectivamente.
A proposta pode ser implementar por meio de uma medida provisória (MP), a ser editada na próxima semana.
Silveira disse que tem procurado a Eletrobras para que a empresa compreenda a necessidade do setor elétrico e da população e antecipe esses recursos.
— Tive a ideia de permitir na MP, caso a Eletrobras não se sensibilize e adiante esse pagamento. Mas caso isso não aconteça, vou submeter ao Congresso a possibilidade de a gente adiantar. Ou seja, securitizar esses R$ 26 bilhões para minimizar impacto de tarifa — afirmou o ministro.
Ele explicou a operação, observando que haverá impacto na tarifa "na veia":
— É você descontar esses títulos que são da União para que você quite com o mercado financeiro essas dívidas das Contas Covid e Escassez que são pagas hoje a juros muito alto, em torno 12%, 13% ao ano, mais a inflação. Queremos minimizar a tarifa. Isso seria impactar a tarifa na veia.
Ele destacou que o elevado custo da energia no Brasil impede o crescimento econômico e prejudica a classe média e os mais pobres, mas que não existe "mágica" porque o setor é muito complexo. Silveira culpou os subsídios concedidos no passado, sem o devido planejamento, com impactos para os consumidores.
— Temos a melhor energia do planeta e ao mesmo tempo, temos uma energia cara, que desestimula o crescimento, deprime a economia e sobrecarrega a classe média e os mais pobres — observou.
Silveira disse que o governo deverá encaminhar ao Congresso na próxima semana três MPs sobre o setor elétrico. Uma delas é a medida que prevê a redução das tarifas de energia.