Economia

Governo deve anunciar medidas para aquecer a economia

Uma das medidas aguardadas é a que trata da desoneração da folha de pagamento

O ministro da Fazenda Guido Mantega deve detalhar as medidas na próxima semana (José Cruz/ABr)

O ministro da Fazenda Guido Mantega deve detalhar as medidas na próxima semana (José Cruz/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 28 de março de 2012 às 12h28.

Brasília - O governo deve anunciar na próxima terça-feira (3) medidas para aquecer a economia e ajudar a indústria diante da crise econômica internacional. A informação foi passada por parlamentares que participaram hoje (28) de um encontro de líderes da base aliada do governo na Câmara dos Deputados com o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Uma das medidas aguardadas é a que trata da desoneração da folha de pagamento. Na semana passada, em reunião com a presidenta Dilma Rousseff e ministros, no Palácio do Planalto, cerca de 30 empresários receberam a garantia do governo de que continuará agindo no sentido de reduzir os juros e proteger o real ante a desvalorização do dólar. Na ocasião, Mantega também garantiu aos empresários que serão adotadas medidas para reduzir o custo financeiro e ampliar a desoneração da folha de pagamento.

O ministro também esteve reunido com empresário de diversos setores (têxtil, moveleiro, de autopeças, aeroespacial) para discutir medidas de desoneração durante o mês de março. Para conceder os benefícios, o governo quer, em contrapartida, que os empregos no setor sejam mantidos. Neste momento, Mantega recebe o representante do setor eletroeletrônico, Humberto Barbado, o do setor de pláticos, Rogério Mani, e José Martins, da indústria de carrocerias, caminhões e ônibus.

No caso da desoneração da folha, o acordo é que a alíquota do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) seja reduzida de 20% para zero, e o empresariado opte pelo recolhimento de algo como 1% no faturamento. Até agora, alguns setores aceitavam 1,5%.

Segundo o deputado Hugo Leal (PSC-RJ), vice-líder do governo na Câmara dos Deputados, Mantega deve definir as medidas até o próximo final de semana. “O ministro da Fazenda disse que a ampliação da capacidade de endividamento ou de investimento da indústria é fundamental. Falou da desoneração da folha que pode ser ampliada”, disse.

O deputado Jovair Arantes, líder do PTB, lembrou que o Brasil não é uma ilha e faz parte de um mundo que enfrenta sérios problemas econômicos com reflexos no mercado nacional. “O Brasil é um mercado consumidor forte. Acaba enfrentando vários problemas porque outros países tentam burlar as regras e colocar produtos aqui [desvalorizados artificialmente] causando problemas”, destacou.

O parlamentar disse ainda que o encontro dos parlamentares com o Mantega abre um diálogo importante, que faltava entre parlamentares e o governo. “Talvez seja um ponto de partida de todo o problema que está aí na República: falta de diálogo, falta de entendimento e de conversa. O Parlamento por si só diz que tem que parlar. Tem que conversar. É necessário que estejamos em sintonia.”

De acordo com o parlamentar, os ministérios da Saúde, Fazenda e do Planejamento precisam manter sempre um diálogo com os parlamentares sobre as matérias que estão em votação para que sejam “reduzidos problemas futuros”.

Para a deputada Sandra Rosado, líder o PSB, não existe crise do Legislativo com a Presidência da República. Segundo ela, o que existe são divergências de posições em uma Casa que tem parlamentares de todos os partidos. “Por isso mesmo, há essa movimentação. É apenas movimentação política da Casa em relação a determinados temas. E isso é interessante.”

Acompanhe tudo sobre:Governo DilmaGuido MantegaMinistério da FazendaPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileiros

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor