Economia

Governo desiste de certificação técnica para importados

A medida havia sido anunciada como uma das ações para reduzir a competição desleal dos importados em relação aos produtos nacionais

O governo pretendia endurecer as regras de controle de entrada de produtos importados no País (Justin Sullivan/Getty Images)

O governo pretendia endurecer as regras de controle de entrada de produtos importados no País (Justin Sullivan/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 4 de maio de 2011 às 21h08.

São Paulo - O governo abandonou a ideia de exigir certificação técnica para a entrada de produtos importados no País. A medida foi anunciada pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, como uma das ações para reduzir a competição desleal dos importados em relação aos produtos nacionais.

O governo chegou a prometer aos empresários a edição de uma medida provisória, mas hoje avisou que o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) não tem condições de implementá-la.

Na reunião do Grupo de Avanço da Competitividade (GAC), realizada hoje no Ministério da Fazenda, o ministro Guido Mantega disse que o Inmetro não tem capacidade para fazer essa fiscalização com sua estrutura atual de fiscais e laboratórios credenciados, segundo narraram os empresários. Além disso, o órgão não teria competência legal para realizar a ação nos portos, uma vez que sua rede credenciada só pode certificar produtos produzidos no Brasil.

O governo pretendia endurecer as regras de controle de entrada de produtos importados no País, exigindo, para o desembaraço nas alfândegas, os mesmos certificados de segurança e especificações técnicos hoje cobrados dos produtos nacionais vendidos no varejo.

Por outro lado, o governo sinalizou que poderá devolver mais rapidamente os créditos tributários de IPI, PIS e Cofins das empresas exportadoras. Elas têm direito à devolução dos tributos pagos em insumos comprados para produção de bens exportáveis. A Receita argumenta ter dificuldades em certificar a legalidade do crédito solicitado pelas empresas.

O secretário da Receita Federal, Carlos Alberto Barreto, disse aos que há uma possibilidade de devolução do estoque de 2008 e 2009 aos exportadores. Segundo ele, uma portaria editada no ano passado já regulamentou a devolução dos créditos retroativos a abril de 2010 e que tem funcionado bem, apesar das suas limitações. Barreto disse que, até fevereiro, foram devolvidos cerca de R$ 100 milhões.

Acompanhe tudo sobre:Comércio exteriorConcorrênciaGovernoImportações

Mais de Economia

Boletim Focus: mercado eleva estimativa de inflação para 2024 e 2025

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega