Economia

Governo central tem déficit primário recorde para fevereiro

Recuo na receita ocorreu mesmo com o ingresso de uma arrecadação tributária extraordinária de 4,6 bilhões de reais no mês passado


	Dilma Rousseff: recuo na receita ocorreu mesmo com o ingresso de uma arrecadação tributária extraordinária
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Dilma Rousseff: recuo na receita ocorreu mesmo com o ingresso de uma arrecadação tributária extraordinária (Ueslei Marcelino/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 31 de março de 2015 às 09h54.

Brasília - O governo central (Tesouro, Banco Central e Previdência Social) registrou déficit primário de 7,358 bilhões de reais no mês passado, no pior resultado para meses de fevereiro na série histórica iniciada em 1997, influenciado pela forte queda das receitas e despesas em nível elevado.

Em fevereiro, o déficit primário nas contas do governo central foi formado pelo rombo de 5,875 bilhões de reais na Previdência Social e pelo saldo negativo de 1,505 bilhão de reais do Tesouro Nacional, enquanto o Banco Central registrou superávit de 22,2 milhões de reais.

A receita líquida do governo central somou 70,382 bilhões de reais, com forte queda de 31,6 por cento em relação a janeiro.

O recuo na receita ocorreu mesmo com o ingresso de uma arrecadação tributária extraordinária de 4,6 bilhões de reais no mês passado.

Já a despesa encerrou o mês anterior em 77,740 bilhões de reais, com redução de 15,9 por cento frente ao primeiro mês do ano.

"Fevereiro é um mês mais fraco pelo lado das receitas e em certa medida isso impactou o resultado", disse o secretário do Tesouro Nacional, Marcelo Saintive.

No ano, o governo central acumula superávit de 3,093 bilhões de reais ante superávit de 9,920 bilhões de reais em igual período do ano passado.

A meta de superávit primário de 2015 para o setor público consolidado (governo federal, Estados, municípios e estatais federais) é de 1,2 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).

Para atingir o alvo, o governo coloca em prática um duro ajuste das contas públicas marcado por aumento de tributo, revisão de regras em benefícios trabalhistas e previdenciários, redução de desonerações e encolhimento de subsídios, mas a resistência do Congresso e os efeitos da economia fraca sobre a arrecadação lançam dúvidas sobre o alcance do objetivo.

A etapa seguinte ao plano de ajuste será a definição do contingenciamento de gastos do orçamento, a ser anunciado nas próximas semanas.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralDéficit públicoMercado financeiroPrevidência SocialTesouro Nacional

Mais de Economia

Haddad anuncia corte de R$ 15 bilhões no Orçamento de 2024 para cumprir arcabouço e meta fiscal

Fazenda mantém projeção do PIB de 2024 em 2,5%; expectativa para inflação sobe para 3,9%

Revisão de gastos não comprometerá programas sociais, garante Tebet

Mais na Exame