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Frete de safra recorde de soja afetará margem de produtor

Frete pode avançar quase 20 por centro entre o município que mais produz soja no país e portos de Paranaguá ou Santos

Colheita de soja: no Mato Grosso, auge da colheita e escoamento do grão deve ocorrer entre 20 de fevereiro e 30 de março (LEOMAR JOSE MEES)
DR

Da Redação

Publicado em 29 de janeiro de 2013 às 16h56.

São Paulo - Uma safra recorde de soja deve impulsionar a demanda e elevar preços dos fretes rodoviários em Mato Grosso, principal Estado produtor, reduzindo as margens para os agricultores, avaliou nesta terça-feira uma empresa que avalia preços e custos da cadeia de grãos.

"Vamos ter uma inflação muito grande (de frete)", disse João Birkhan, diretor da corretora Centrogrãos, que mantém um banco de dados com preços e cotações de frete em diversas regiões do país e que tem parceria com a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato).

O frete entre Sorriso, município mato-grossense que é o maior produtor de soja do Brasil, e os portos de Paranaguá ou Santos pode subir quase 20 por cento nesta safra, ante os cerca de 220 reais por tonelada no pico do escoamento de produção em 2012, segundo a Centrogrãos.

"Já se fala, este ano, que não vai ser menos 260 reais", disse Birkhan.

O auge da colheita e do escoamento de soja de Mato Grosso está previsto para entre 20 de fevereiro e 30 de março, segundo Birkhan.

Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Estado deve colher mais de 24 milhões de toneladas de soja este ano, 10 por cento a mais que no ano passado. No total, a safra brasileira deve crescer quase 25 por cento ante a temporada anterior, atingindo 82,7 milhões de toneladas, segundo a Conab.


Nesta terça-feira o frete de Sorriso para o porto, por tonelada, já era cotado a 240 reais para março e 253,29 reais para maio, com tendência de alta.

"Quem paga todas as contas, em última análise, é o produtor", lembrou o especialista, ressaltando que embora os fretes entre silos e o porto sejam contratados pelas tradings, o valor é descontado do valor que o agricultor recebe localmente por sua soja.

Pelos cálculos da Centrogrãos, um produtor de soja de Sorriso estaria recebendo hoje 49,98 reais por saca de 60 kg, levando em conta a cotação de cerca de 14,54 dólares por bushel para o vencimento março na bolsa de Chicago. Na mesma época do ano passado, o primeiro contrato era negociado a cerca de 12,20 dólares.

Embora o valor da soja esteja historicamente alto, após uma quebra de safra nos EUA em 2012, um frete mais alto num Estado que escoa a maior parte de sua produção via caminhão tira um pouco o brilho de uma colheita com tamanho histórico.

Birkhan explica que dois fatores acabam motivando o fluxo intenso de soja entre a região produtora e os portos no mês de março, elevando demanda e preço do frete.


"Tem que colher e mandar para o porto", diz ele, lembrando que falta capacidade de armazenagem em Mato Grosso que permita segurar um grande volume de soja para comercialização posterior.

Outra motivação é aproveitar os preços altos enquanto o mercado não é inundado pela soja colhida, reduzindo preços.

"Os primeiros grãos que chegam valem mais. Eles (vendedores) têm que carregar bem no início de março."

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São Paulo - Uma safra recorde de soja deve impulsionar a demanda e elevar preços dos fretes rodoviários em Mato Grosso, principal Estado produtor, reduzindo as margens para os agricultores, avaliou nesta terça-feira uma empresa que avalia preços e custos da cadeia de grãos.

"Vamos ter uma inflação muito grande (de frete)", disse João Birkhan, diretor da corretora Centrogrãos, que mantém um banco de dados com preços e cotações de frete em diversas regiões do país e que tem parceria com a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato).

O frete entre Sorriso, município mato-grossense que é o maior produtor de soja do Brasil, e os portos de Paranaguá ou Santos pode subir quase 20 por cento nesta safra, ante os cerca de 220 reais por tonelada no pico do escoamento de produção em 2012, segundo a Centrogrãos.

"Já se fala, este ano, que não vai ser menos 260 reais", disse Birkhan.

O auge da colheita e do escoamento de soja de Mato Grosso está previsto para entre 20 de fevereiro e 30 de março, segundo Birkhan.

Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Estado deve colher mais de 24 milhões de toneladas de soja este ano, 10 por cento a mais que no ano passado. No total, a safra brasileira deve crescer quase 25 por cento ante a temporada anterior, atingindo 82,7 milhões de toneladas, segundo a Conab.


Nesta terça-feira o frete de Sorriso para o porto, por tonelada, já era cotado a 240 reais para março e 253,29 reais para maio, com tendência de alta.

"Quem paga todas as contas, em última análise, é o produtor", lembrou o especialista, ressaltando que embora os fretes entre silos e o porto sejam contratados pelas tradings, o valor é descontado do valor que o agricultor recebe localmente por sua soja.

Pelos cálculos da Centrogrãos, um produtor de soja de Sorriso estaria recebendo hoje 49,98 reais por saca de 60 kg, levando em conta a cotação de cerca de 14,54 dólares por bushel para o vencimento março na bolsa de Chicago. Na mesma época do ano passado, o primeiro contrato era negociado a cerca de 12,20 dólares.

Embora o valor da soja esteja historicamente alto, após uma quebra de safra nos EUA em 2012, um frete mais alto num Estado que escoa a maior parte de sua produção via caminhão tira um pouco o brilho de uma colheita com tamanho histórico.

Birkhan explica que dois fatores acabam motivando o fluxo intenso de soja entre a região produtora e os portos no mês de março, elevando demanda e preço do frete.


"Tem que colher e mandar para o porto", diz ele, lembrando que falta capacidade de armazenagem em Mato Grosso que permita segurar um grande volume de soja para comercialização posterior.

Outra motivação é aproveitar os preços altos enquanto o mercado não é inundado pela soja colhida, reduzindo preços.

"Os primeiros grãos que chegam valem mais. Eles (vendedores) têm que carregar bem no início de março."

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