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Francês Jean Tirole ganha Nobel de Economia

O francês foi premiado por suas análises sobre o poder dos mercados e sua regulação

Economista Jean Tirole: ele é um dos economistas mais influentes da atualidade (Eric Cabanis/AFP)
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Da Redação

Publicado em 13 de outubro de 2014 às 10h13.

Copenhague - O francês Jean Tirole ganhou o Nobel de Economia 2014 por suas análises sobre o poder dos mercados e sua regulação, anunciou nesta segunda-feira a Real Academia de Ciências da Suécia .

Na argumentação, o júri destaca que Tirole, um dos economistas mais influentes da atualidade, esclareceu como se regulam os diferentes setores econômicos dominados por poucas empresas e a capacidade dos governos para fomentar a concorrência.

Segundo suas análises, muitos setores industriais são dominados por um pequeno número de grandes empresas ou por um monopólio. Caso não sejam regulados, esses mercados produzem "efeitos socialmente indesejáveis", como preços mais elevados que os custos ou empresas pouco produtivas que sobrevivem bloqueando a entrada de novos concorrentes.

Desde meados dos anos 80, Tirole "deu nova vida na pesquisa desses erros de mercado", afirma a Academia Sueca.

As análises sobre empresas dominantes geraram uma teoria unificada com grande influência em questões políticas importantes, como o papel que os governos devem desempenhar na hora de "abordar fusões ou cartéis" ou ao regular os monopólios.

Antes de seus estudos, destaca o júri, pesquisadores e políticos buscavam princípios gerais para todos os setores, com regras simples como a limitação dos preços dos monopólios ou a proibição de cooperação entre concorrentes.

Tirole demonstrou teoricamente que tais regras podem funcionar bem sob determinadas condições, mas que em alguns casos podem ser mais daninhas que beneficentes.

A fixação de preços máximos, por exemplo, pode levar as empresas dominantes a reduzir custos, algo bom para a sociedade, mas que também pode resultar lucro excessivo, algo negativo.

A cooperação entre empresas para fixar preços costuma ser prejudicial, mas quando ocorre em torno das patentes pode ser benéfica; a fusão de uma empresa com uma de suas provedoras pode fomentar a inovação, mas também pode distorcer a concorrência, acrescenta.

O investigador francês defendeu a necessidade de adaptar as políticas a cada setor da economia e analisou em diversos artigos e livros as políticas setoriais dirigidas a diferentes âmbitos, desde as telecomunicações aos bancos.

Segundo a Academia Sueca, a partir de planejamentos os governos podem fomentar que as empresas sejam mais produtivas e, ao mesmo tempo, evitar que causem danos aos concorrentes ou aos consumidores.

Nascido em 1953 em Troyes, na França, Tirole é engenheiro pela Escola Nacional de Pontes e Caminhos e pela Escola Politécnica de Paris e se tornou Ph. D. em Economia no Instituto de Tecnologia de Massachusetts.

O economista, vinculado atualmente à Universidade de Toulouse I Capitole, foi agraciado, entre outros, com o Prêmio Fundação BBVA Fronteiras do Conhecimento (2008), é cavaleiro da Legião de Honra (2007) e doutor honoris causa pela Universidade Livre de Bruxelas (1989).

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Copenhague - O francês Jean Tirole ganhou o Nobel de Economia 2014 por suas análises sobre o poder dos mercados e sua regulação, anunciou nesta segunda-feira a Real Academia de Ciências da Suécia .

Na argumentação, o júri destaca que Tirole, um dos economistas mais influentes da atualidade, esclareceu como se regulam os diferentes setores econômicos dominados por poucas empresas e a capacidade dos governos para fomentar a concorrência.

Segundo suas análises, muitos setores industriais são dominados por um pequeno número de grandes empresas ou por um monopólio. Caso não sejam regulados, esses mercados produzem "efeitos socialmente indesejáveis", como preços mais elevados que os custos ou empresas pouco produtivas que sobrevivem bloqueando a entrada de novos concorrentes.

Desde meados dos anos 80, Tirole "deu nova vida na pesquisa desses erros de mercado", afirma a Academia Sueca.

As análises sobre empresas dominantes geraram uma teoria unificada com grande influência em questões políticas importantes, como o papel que os governos devem desempenhar na hora de "abordar fusões ou cartéis" ou ao regular os monopólios.

Antes de seus estudos, destaca o júri, pesquisadores e políticos buscavam princípios gerais para todos os setores, com regras simples como a limitação dos preços dos monopólios ou a proibição de cooperação entre concorrentes.

Tirole demonstrou teoricamente que tais regras podem funcionar bem sob determinadas condições, mas que em alguns casos podem ser mais daninhas que beneficentes.

A fixação de preços máximos, por exemplo, pode levar as empresas dominantes a reduzir custos, algo bom para a sociedade, mas que também pode resultar lucro excessivo, algo negativo.

A cooperação entre empresas para fixar preços costuma ser prejudicial, mas quando ocorre em torno das patentes pode ser benéfica; a fusão de uma empresa com uma de suas provedoras pode fomentar a inovação, mas também pode distorcer a concorrência, acrescenta.

O investigador francês defendeu a necessidade de adaptar as políticas a cada setor da economia e analisou em diversos artigos e livros as políticas setoriais dirigidas a diferentes âmbitos, desde as telecomunicações aos bancos.

Segundo a Academia Sueca, a partir de planejamentos os governos podem fomentar que as empresas sejam mais produtivas e, ao mesmo tempo, evitar que causem danos aos concorrentes ou aos consumidores.

Nascido em 1953 em Troyes, na França, Tirole é engenheiro pela Escola Nacional de Pontes e Caminhos e pela Escola Politécnica de Paris e se tornou Ph. D. em Economia no Instituto de Tecnologia de Massachusetts.

O economista, vinculado atualmente à Universidade de Toulouse I Capitole, foi agraciado, entre outros, com o Prêmio Fundação BBVA Fronteiras do Conhecimento (2008), é cavaleiro da Legião de Honra (2007) e doutor honoris causa pela Universidade Livre de Bruxelas (1989).

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