FMI diz que Fed deveria aumentar taxa de juros só em 2016
De acordo com o relatório do fundo, o crescimento econômico abaixo do previsto está entre os fatores que sinalizam que a elevação das taxas deve ser adiada
Da Redação
Publicado em 4 de junho de 2015 às 12h24.
Nova York -- O Fundo Monetário Internacional ( FMI ) avalia que o Federal Reserve ( Fed , o banco central dos Estados Unidos) só deveria elevar os juros no país na primeira metade de 2016, de acordo com um relatório divulgado nesta quinta-feira (3) sobre a economia norte-americana.
Falta de pressão inflacionária e crescimento econômico abaixo do previsto estão entre os fatores que sinalizam que a esperada elevação das taxas, que não sobem há nove anos, deve ser adiada.
"O Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto, que reúne os dirigentes do Fed) deve permanecer dependente dos indicadores e adiar a primeira subida das taxas até que haja mais sinais de inflação salarial ou de preços do que é evidente atualmente", afirma o documento, chamado "Artigo IV", no qual técnicos do FMI vão ao país membro e conversam com autoridades do governo e economistas. "Com base em previsões macroeconômicas da nossa missão, e salvo surpresas positivas no crescimento econômico e inflação, isso seria deixar a elevação para o primeiro semestre de 2016."
O relatório afirma que a economia dos EUA permanece crescendo abaixo do potencial e deve continuar sem pressão inflacionária. Nesse cenário, a incerteza sobre a resistência da expansão da atividade econômica ainda é significativa. "As bases para o crescimento contínuo e a criação de emprego permanecem. No entanto, o ímpeto foi solapado nos últimos meses por uma série de choques negativos", afirma o documento, citando, entre outros o efeito do dólar forte, que prejudicou a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre.
A primeira elevação dos juros pelo Fed em nove anos tem sido cuidadosamente preparada e comunicada, afirma o documento do FMI. Mas independente de quando as taxas vão subir, juros mais altos nos EUA devem provocar um rebalanceamento "significativo e abrupto" das carteiras dos investidores globais, provocando volatilidade no mercado e consequências à estabilidade do sistema financeiro internacional.
O FMI alerta que a volatilidade nos preços dos ativos provocada pela elevação dos juros nos EUA pode durar mais que "alguns dias" e ter impactos negativos maiores que o previsto nas condições financeiras, crescimento, mercado de trabalho e inflação. Além disso, o contágio para outras economias pode ser substancial. O FMI defende que, na medida em que o momento de elevação dos juros se aproxime, todas as reuniões do Fomc sejam agora seguidas de entrevista à imprensa.
O relatório destaca ainda que o Fed tem uma escolha difícil entre elevar os juros mais cedo ou postergar o aumento. No primeiro caso, pode desencadear um aperto nas condições de financiamento pior que o esperado ou mesmo provocar instabilidade financeira que acabariam impedindo um maior crescimento da economia. Neste caso, as taxas precisariam ser cortadas novamente, com impacto na credibilidade do Fed. Já uma elevação mais tarde pode causar uma aceleração da inflação acima da meta de 2% do BC. Neste caso, o ritmo de aumento pode ter que ser mais intenso para ancorar as expectativas inflacionárias.
Nova York -- O Fundo Monetário Internacional ( FMI ) avalia que o Federal Reserve ( Fed , o banco central dos Estados Unidos) só deveria elevar os juros no país na primeira metade de 2016, de acordo com um relatório divulgado nesta quinta-feira (3) sobre a economia norte-americana.
Falta de pressão inflacionária e crescimento econômico abaixo do previsto estão entre os fatores que sinalizam que a esperada elevação das taxas, que não sobem há nove anos, deve ser adiada.
"O Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto, que reúne os dirigentes do Fed) deve permanecer dependente dos indicadores e adiar a primeira subida das taxas até que haja mais sinais de inflação salarial ou de preços do que é evidente atualmente", afirma o documento, chamado "Artigo IV", no qual técnicos do FMI vão ao país membro e conversam com autoridades do governo e economistas. "Com base em previsões macroeconômicas da nossa missão, e salvo surpresas positivas no crescimento econômico e inflação, isso seria deixar a elevação para o primeiro semestre de 2016."
O relatório afirma que a economia dos EUA permanece crescendo abaixo do potencial e deve continuar sem pressão inflacionária. Nesse cenário, a incerteza sobre a resistência da expansão da atividade econômica ainda é significativa. "As bases para o crescimento contínuo e a criação de emprego permanecem. No entanto, o ímpeto foi solapado nos últimos meses por uma série de choques negativos", afirma o documento, citando, entre outros o efeito do dólar forte, que prejudicou a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre.
A primeira elevação dos juros pelo Fed em nove anos tem sido cuidadosamente preparada e comunicada, afirma o documento do FMI. Mas independente de quando as taxas vão subir, juros mais altos nos EUA devem provocar um rebalanceamento "significativo e abrupto" das carteiras dos investidores globais, provocando volatilidade no mercado e consequências à estabilidade do sistema financeiro internacional.
O FMI alerta que a volatilidade nos preços dos ativos provocada pela elevação dos juros nos EUA pode durar mais que "alguns dias" e ter impactos negativos maiores que o previsto nas condições financeiras, crescimento, mercado de trabalho e inflação. Além disso, o contágio para outras economias pode ser substancial. O FMI defende que, na medida em que o momento de elevação dos juros se aproxime, todas as reuniões do Fomc sejam agora seguidas de entrevista à imprensa.
O relatório destaca ainda que o Fed tem uma escolha difícil entre elevar os juros mais cedo ou postergar o aumento. No primeiro caso, pode desencadear um aperto nas condições de financiamento pior que o esperado ou mesmo provocar instabilidade financeira que acabariam impedindo um maior crescimento da economia. Neste caso, as taxas precisariam ser cortadas novamente, com impacto na credibilidade do Fed. Já uma elevação mais tarde pode causar uma aceleração da inflação acima da meta de 2% do BC. Neste caso, o ritmo de aumento pode ter que ser mais intenso para ancorar as expectativas inflacionárias.