Economia

FMI acredita que Brasil crescerá 1,5% neste ano

Para o fundo, a América Latina mostra sinais de recuperação, ainda frágil, após vários anos de turbulência econômica e recessão

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h22.

Para o FMI, a América Latina mostra sinais de uma recuperação, ainda frágil, após vários anos de turbulência econômica e recessão. "Uma recuperação parece estar surgindo na maior parte da América Latina, embora o crescimento seja bastante diferente ao longo da região e as incertezas políticas continuam a pesar fortemente em alguns casos", afirmou o Fundo Monetário Internacional, nesta quinta-feira (18/9), ao divulgar o relatório Perspectivas Econômicas Mundiais.

Sobre o Brasil, o fundo relembra que o fraco crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre ainda exige que a demanda doméstica seja recuperada. O FMI prevê um crescimento econômico brasileiro em 2003 de 1,5%, bem acima das recentes expectativas do mercado e do próprio governo _recentemente o Ipea, ligado ao Planejamento, reduziu sua previsão de 1,5% para 0,5%. Nesta semana, o BC divulgou que as instituições financeiras reduziram sua expectativa de PIB para 0,94%. Para 2004, o organismo está em linha com os analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Banco Central semanalmente: 3%.

O FMI ressalta a importância da disciplina fiscal e da reforma tributária. "A disciplina fiscal continua essencial para ajudar a confiança, especialmente a manutenção da meta de 4,25% do PIB do superávit primário este ano e a médio prazo", afirmou o fundo.

Para a Argentina, o Fundo estimou que a economia deve crescer 5,5% este ano e 4% em 2004. Um crescimento desta ordem no país só é possível porque o período recessivo lá foi longo e intenso, gerando uma retração de 10,9% em 2002. Ainda nesta quarta-feira (17/9), ao entregar a previsãod e orçamento de 2004 ao Congresso, o governo argentino previu uma inflação de 10% para o ano que vem. Analistas avaliam que essa proposta atinge a meta de superávit acertada com o FMI, de 3% do PIB (Produto Interno Bruto).

Mas o fundo acredita que o crescimento argentino está muito vulnerável, por causa das "finanças públicas insustentáveis e da falta de progressos em relação a fragilidade do sistema bancário". Para o FMI, o governo "precisa seguir em frente com a implementação de um plano confiável para restabelecer as finanças públicas e reestruturar sua dívida, fortalecer o sistema bancário, promover a reestruturação das dívidas corporativas privadas e assegurar que os pobres sigam adequadamente protegidos durante a transição".

O Chile e o México são considerados bons exemplos da América Latina pelo FMI. "São os modelos que a América Latina deveria imitar para proteger-se dos choques externos e situar-se em posição de reduzir gradualmente a pobreza." O México deve crescer 1,5% neste ano e 3,5% em 2004. O PIB do Chile deve chegar a 3,3% em 2003 e 4,5% em 2004. "Os benefícios destas políticas [reformadoras]são evidentes nos casos de Chile e México." A economia da Venezuela, que ainda se recupera da greve dos petroleiros, deve passar por uma retração de 16,7% em 2003, mas crescerá 7,7% em 2004.

Estados Unidos e Europa

O FMI acredita que a economia dos EUA se recupera rapidamente, mas os altos déficits fiscal e em conta corrente podem prejudicar a melhora. Para 2003, o fundo acredita que o país crescerá 2,6% (uma alta de 0,4 ponto percentual). Em 2004, a economia deve crescer 3,9%.

O crescimento da zona do euro está prejudicado pela valorização da moeda local e pelo fraco desempenho da Alemanha. Para o fundo, o Banco Central Europeu (BCE) pode ter que cortar os juros de novo. No relatório, o FMI reduziu o crescimento da zona do euro de 1,1% para apenas 0,5%. Para 2004, também houve queda: de 2,3% para 1,9%. O FMI divulgou suas previsões para as três maiores economias da zona do euro. Na Alemanha, o crescimento deve ser de 1,5% em 2004. Na França, o PIB subirá 0,5%, neste ano, e 2% no ano que vem. Na Itália, a alta deve ser 0,4% em 2003 e de 1,7% em 2004.

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