Economia

Flexibilização no pré-sal vai atrair investimentos, diz IBP

O IBP foi uma das principais vozes em defesa da flexibilização, aprovada semana passada no Congresso


	Petróleo: de acordo com as estimativas, os investimentos podem ultrapassar R$ 100 bilhões
 (Thinkstock)

Petróleo: de acordo com as estimativas, os investimentos podem ultrapassar R$ 100 bilhões (Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 11 de outubro de 2016 às 18h48.

A flexibilização das regras para permitir a atuação de mais petrolíferas na camada pré-sal vai atrair novos investimentos para o setor, afirmou hoje (11) o secretário-executivo do Instituto Brasileiro do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), Antonio Guimarães.

De acordo com as estimativas do IBP, apenas em áreas já descobertas no pré-sal, e que ultrapassam os limites dos blocos já concedidos, os investimentos podem ultrapassar R$ 100 bilhões.

O IBP foi uma das principais vozes em defesa da flexibilização, aprovada semana passada no Congresso. A medida, contudo, é contestada pela Federação Única dos Petroleiros, que reúne trabalhadores do setor, e por especialistas.

Durante entrevista coletiva para detalhar a Rio Oil&Gas, uma das maiores feiras da área, organizada pelo IBP e agendada para o fim de outubro, no Rio, Guimarães disse que, no atual cenário econômico mundial, a Petrobras, não tinha condições de ser a operadora única na exploração do pré-sal.

Segundo ele, com a flexibilização outras empresas serão estimuladas a participar do processo, acelerando a produção e gerando empregos, renda e impostos para o país.

“[Com] só uma empresa [a Petrobras] para desenvolver o pré-sal, a velocidade de desenvolvimento estava limitada à velocidade que a mesma poderia imprimir. Quando permitimos que outras empresas possam fazê-lo, a gente multiplica essa velocidade”, explicou Guimarães.

A chegada de recursos com a abertura do mercado, entretanto, não será imediata e algumas operações no pré-sal ainda podem ficar para a próxima década, ponderou o IBP.

“O investimento em petróleo não é de curto prazo, estamos falando de quatro, cinco anos. Isso significa que vamos ver fornecedores, empregos e investimentos chegando paulatinamente”, explicou Guimarães.

Conteúdo local

O secretário executivo do IBP também disse que o conteúdo local será preservado pelas novas operadoras que surgirem, por já existir essa obrigação legal e por ser mais eficiente e mais barato.

Ele defendeu, contudo, que o governo avalie, no futuro, uma revisão desse modelo. “Da maneira como é hoje, mesmo a Petrobras vem sofrendo com as dificuldades de cumprir essas obrigações, as regras precisam ser mais realistas”, defendeu.

Apesar da oscilação dos preços do barril de petróleo no mercado internacional nos últimos anos entre U$ 30 e U$ 100, a expectativa é que o preço se estabilize entre U$ 40 e U$ 60, valor ainda atrativo para o setor, afirmou Guimarães.

Para o IBP, ainda é preciso tornar a atividade petrolífera no Brasil mais atraente, do ponto de vista do marco regulatório.

Rio Oil & Gas

Com o tema “Caminhos para uma indústria de petróleo competitiva”, a Rio Oil & Gas tem a expectativa de reunir cerca de 3 mil participantes e 140 palestrantes durante quatro dias no final desse mês.

O encontro, realizado a cada dois anos, voltou a atrair a atenção do mercado – e expositores – depois que o governo brasileiro aprovou a flexibilização na camada pré-sal.

Entre os temas de destaque da feira estão a 14ª Rodada de Licitação de Petróleo e Gás e a regulamentação das regras de unitização (quando as reservas avançam os limites geográficos do bloco).

“Temos um novo governo e novas orientações para tentar devolver a competitividade que o setor perdeu”, avaliou o presidente do Comitê de Exposição da Rio Oil & Gas, João Carlos de Luca. “Talvez, essa [feira] seja um desaguadouro de uma série de boas notícias para o setor”, apostou.

Contra a flexibilização

A Federação Única dos Petroleiros (FUP), por sua vez, afirma que a flexibilização das regras para exploração do pré-sal acarretará uma perda de 82 bilhões de barris de petróleo que estariam reservados para a estatal.

Na avaliação da FUP, a medida coloca em risco a soberania do país e significa “o desmonte da política de conteúdo local, que tirou das cinzas a indústria naval [brasileira] e fomentou a cadeia produtiva”.

“Desde a quebra do monopólio da Petrobras, nenhuma das petrolíferas privadas que passaram a operar no Brasil encomendaram navios, plataformas ou equipamentos à indústria nacional ao longo destas duas décadas de abertura do setor”, diz a federação, em nota no seu site.

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