Economia

Fiesp e centrais sindicais falam sobre ampliar seguro-desemprego

Apesar da situação fiscal do país, segundo as entidades, ampliar o prazo do pagamento do seguro a desempregados incentivaria o consumo

Paulo Skaf: "Você deixa de empregar e gerar o resultado dessa obra para a sociedade" (Ayrton Vignola/Skaf 15/Divulgação)

Paulo Skaf: "Você deixa de empregar e gerar o resultado dessa obra para a sociedade" (Ayrton Vignola/Skaf 15/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 22 de agosto de 2017 às 17h41.

São Paulo - Centrais sindicais e entidades patronais estiveram reunidas nesta terça-feira, 22, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) para alinhar uma pauta conjunta a ser apresentada em audiência marcada para o dia 12 de setembro com o presidente Michel Temer (PMDB).

O objetivo foi discutir propostas para a recuperação da economia, dos empregos e da renda, o que inclui a retomada das obras de infraestrutura, simplificação tributária e facilitação das exportações.

Uma das alternativas discutidas e que devem ser levadas a Temer é a ampliação em dois meses do prazo do pagamento de seguro-desemprego a desempregados, o que, apesar da grave situação fiscal do País, foi citada como medida de incentivo ao consumo.

João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário-geral da Força Sindical, saiu da reunião defendendo a leniência de empreiteiras enredadas pela operação Lava Jato, de forma a permitir a volta de obras que estão paradas por conta das dificuldades financeiras ou de financiamento das construtoras.

"Fechar as empresas é prejudicar os trabalhadores", comentou Juruna, acrescentando que construtoras como a Odebrecht devem assumir suas dívidas, demitir diretores envolvidos em fraude, mas não interromper as operações.

Mais tarde, o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, disse que a ideia de destravar as obras foi debatida entre os pontos emergenciais à recuperação econômica, mas negou que os participantes da reunião tenham discutido o perdão a grupos que se envolveram em corrupção.

"Não fizemos aqui nenhuma análise e nem caberia a nós fazer análise sobre a Lava Jato. O fato é que onde há obra parada tem que retomar essa obra", afirmou Skaf.

"Quando você tem uma obra parada ela vai se deteriorando. Quando tem que retomá-la, você tem que gastar quase tudo de novo para retomar o que perdeu. Você deixa de empregar e gerar o resultado dessa obra para a sociedade."

O presidente da Fiesp confirmou, porém, a ideia de propor a Temer a ampliação de cinco para sete meses do prazo de seguro-desemprego como saída para ajudar o País a retomar no curto prazo o caminho do crescimento.

Segundo Juruna, da Força Sindical, embora o governo enfrente uma situação fiscal critica, o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) deve ser usado em apoio aos desempregados em momentos de crise como o atual.

A audiência das entidades patronais e sindicais com Temer no Palácio do Planalto deve acontecer às 11h30 do próximo dia 12, após a volta do presidente da viagem oficial à China.

Na reunião desta terça na Fiesp, participaram, além da Força Sindical e empresários, representantes da UGT, Nova Central, CTB e CSB. A CUT não teve representantes no encontro.

Acompanhe tudo sobre:Centrais sindicaisFiespSeguro-desemprego

Mais de Economia

Reforma tributária: videocast debate os efeitos da regulamentação para o agronegócio

Análise: O pacote fiscal passou. Mas ficou o mal-estar

Amazon, Huawei, Samsung: quais são as 10 empresas que mais investem em política industrial no mundo?

Economia de baixa altitude: China lidera com inovação