Economia

FGV: uso da capacidade sobe no setor de máquinas

São Paulo - O setor de bens de capital (máquinas e equipamentos) foi o responsável pela forte alta do Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) da indústria brasileira, de 82,9% em novembro para 83,8% em dezembro. Os dados são da Sondagem da Indústria de Transformação, divulgada hoje pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O Nuci […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h46.

São Paulo - O setor de bens de capital (máquinas e equipamentos) foi o responsável pela forte alta do Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) da indústria brasileira, de 82,9% em novembro para 83,8% em dezembro. Os dados são da Sondagem da Indústria de Transformação, divulgada hoje pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

O Nuci do segmento de bens de capital vem apresentando crescimento vertiginoso nos últimos meses. Ele estava em 73,7% em julho, foi para 76,9% em setembro, subiu para 77% em outubro, atingiu 77,9% em novembro e passou para 80,9% em dezembro. O dado atual superou a média histórica dos últimos dez anos do setor, de 79,7%, e indica que os investimentos estão se recuperando depois do forte impacto da crise financeira. O setor também puxou o aumento do emprego previsto, indicador que atingiu 120 pontos em dezembro.

Ao chegar aos 83,8% em dezembro, o Nuci da Indústria da Transformação superou sua média histórica nos últimos dez anos, de 82,3%. Segundo o coordenador de Sondagens da FGV, Jorge Braga, o atual nível do indicador não preocupa. "Ainda há vários segmentos da indústria trabalhando com ociosidade", disse.

Um dos exemplos é a indústria de bens intermediários, cujo Nuci ficou inalterado em 84% entre novembro e dezembro, ante uma média de 86,3% nos últimos dez anos. Alguns dos setores desse segmento, como papel e celulose, costumam operar a taxas superiores a 90%.

Braga admitiu, porém, que já existem setores operando com um Nuci elevado. O setor de bens de consumo, por exemplo, teve um Nuci de 85,8% em dezembro, bem acima de sua média dos últimos dez anos, de 79,5%. No caso dos bens de consumo duráveis, o Nuci chegou a 91%, um nível "preocupante", mas um pouco menos que os 91,4% de novembro.

Segundo ele, o resultado está ligado à forte demanda interna por produtos que receberam benefícios tributários do governo, como indústria automobilística e linha branca (fogões, geladeiras, lavadoras e tanquinhos). O consumo de eletroeletrônicos e eletrodomésticos também está elevado, afirmou.

Essa demanda se reflete também nos estoques. O indicador da indústria da transformação atingiu 99,3 pontos em dezembro, resultado que demonstra estoques ajustados, mas 4 dos 14 segmentos industriais já não apresentam esse equilíbrio: mecânica, com 111 pontos em dezembro, material de transporte, com 104,9, produtos de matérias plásticas, com 104,2, e têxteis, com 107,5. "São níveis de estoques bem abaixo do normal", afirmou.

Braga explicou que os números da pesquisa indicam que boa parte dos empresários desses setores já trabalha com níveis de estoques considerados insuficientes. Segundo ele, isso pode ser comprovado pelo consumidor, que já não encontra alguns dos modelos desejados no mercado, principalmente no caso de automóveis e linha branca, beneficiados com a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

Segundo Braga, porém, os preços estão controlados e nada indica que devam ser elevados nos próximos meses. Ele destacou ainda que os empresários desses setores não estão parados e pretendem elevar a produção nos próximos meses, como aponta o indicador de produção prevista, que atingiu 144,1 pontos em dezembro, recorde da série histórica.
 

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