Economia

FGV reitera chance de IGP-M de 2011 ficar abaixo de 6%

Desde julho de 2011, quando alcançou a marca de 8,36% ante taxa de 8,65% de junho, o IGP-M iniciou um processo gradativo de desaceleração

Em novembro, a desaceleração foi ainda mais forte, de 1 ponto porcentual, para o nível de 5,95% (Daniela Toviansky/EXAME.com)

Em novembro, a desaceleração foi ainda mais forte, de 1 ponto porcentual, para o nível de 5,95% (Daniela Toviansky/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de fevereiro de 2012 às 13h27.

São Paulo - O coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros, reiterou hoje que são grandes as chances de o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) encerrar 2011 com uma taxa abaixo da marca de 6%. Segundo ele, com o comportamento recente de desaceleração da taxa acumulada em 12 meses, a tendência do indicador da FGV é manter este ritmo, salvo alguma interferência extraordinária e suficientemente capaz de mudar a trajetória do índice. Se confirmada a estimativa de Quadros, o IGP-M atingiria um resultado quase duas vezes menor do que o verificado em 2010, quando a taxa acumulada bateu em 11,32% e representou o maior resultado anual desde 2004 (12,41%).

"A chance de ter uma taxa abaixo de 6% é muito grande", comentou Quadros, acrescentando que as condições internacionais e o desaquecimento da economia nacional favorecem a continuidade de um ciclo de desaceleração que vem sendo observado na taxa de 12 meses no segundo semestre de 2011. "O resultado pode ficar perto da metade do que foi no ano passado", destacou, complementando que, até mesmo nos primeiros meses de 2012, há uma tendência inicial de continuidade de uma taxa acumulada menos pressionada.

Desde julho de 2011, quando alcançou a marca de 8,36% ante taxa de 8,65% de junho, o IGP-M iniciou um processo gradativo de desaceleração, no acumulado de 12 meses. Na sequência, atingiu 8% no acumulado até agosto; 7,46% até setembro; e 6,95% até outubro. Em novembro, a desaceleração foi ainda mais forte, de 1 ponto porcentual, para o nível de 5,95%. "A taxa em 12 meses vem caindo sem parar e, agora, neste último mês, houve até uma acelerada na queda", destacou Quadros.


O grande segredo para esta última forte desaceleração foi a divulgação feita hoje pela FGV do resultado mensal do IGP-M de novembro. Segundo a instituição, o indicador subiu 0,50%. Apesar de ficar levemente abaixo da marca de 0,53% apurada em outubro de 2011, o resultado efetivo foi muito menor que o observado em novembro de 2010, quando houve uma avanço expressivo de 1,45%. "Em novembro do ano passado, a taxa foi a maior desde julho de 2008 (1,76%). Os preços estavam explodindo", lembrou o coordenador, recordando que, naquela ocasião, os preços das commodities agrícolas estavam bastante pressionados no mercado internacional.

Para Quadros, não há, no momento, conforme os mais recentes levantamentos da FGV, grandes candidatos para atrapalhar o cenário de taxas menos intensas do IGP-M. Com isso, ele disse acreditar ser pouco provável que o taxa de dezembro seja muito mais forte que a de 0,69%, vista no último mês de 2010. "Mesmo que tenhamos algum fator a mais - o final de ano sempre tem alguma possível pressão de sazonalidade -, não há nada que reaproxime (o IGP-M) do cenário do ano passado. Se o padrão do segundo semestre for mantido, o que é uma hipótese bastante razoável, ficando em torno deste intervalo que estamos vendo, fecharemos 2011 próximos ou abaixo do resultado de dezembro do ano passado, de 0,69%", avaliou. "Se não houver uma taxa maior do que esta, a de 12 meses continuará caindo", disse.

Em novembro de 2011, segundo a FGV, o grande fator responsável pelo resultado menor do que o de outubro foi o comportamento do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que responde por 60% do indicador geral de inflação e saiu de uma taxa de 0,68%, no mês passado, para 0,52% no mês atual. A despeito de uma recuperação dos preços agropecuários do atacado (de uma variação positiva de 0,04% para um avanço de 0,60%), mereceu destaque da FGV o comportamento dos preços industriais do atacado, cuja elevação passou de 0,91% para 0,49% entre outubro e novembro, refletindo sinais de desaceleração da economia e um cenário um pouco mais favorável do real ante o dólar.

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