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Lojistas têm maior nível de estoques desde junho de 2011

O resultado divulgado pela Fecomercio SP indica que quatro em cada dez lojistas estão com mercadorias encalhadas

O resultado divulgado pela Fecomercio SP indica que quatro em cada dez lojistas estão com mercadorias encalhadas (Alexandre Battibugli/Exame)
DR

Da Redação

Publicado em 20 de agosto de 2015 às 10h18.

São Paulo - Depois de uma sinalização positiva de ajuste de estoques em julho, a proporção de empresários da região metropolitana de São Paulo (RMSP) que notou excesso de estoques mudou de direção e voltou a crescer, ao passar de 27,9% para 37,3% em agosto, de acordo com dados da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) divulgados nesta quinta-feira, 20.

O resultado de agosto, que é o maior valor já registrado na série histórica, iniciada em junho de 2011, indica que quase quatro em cada dez lojistas estão com mercadorias encalhadas.

O levantamento mostrou ainda que a proporção de empresários com estoques adequados registrou queda de mais de 10 pontos porcentuais no período, de 57,9% para 47,6%.

Com esses resultados, o Índice de Estoques (IE) , que mede o nível de adequação de mercadorias, recuou 17,6% no mês de agosto ante julho ao atingir 95,4 pontos, também o menor valor já registrado pela série histórica. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, a queda foi de 11,3%.

O IE varia de zero (inadequação total) a 200 pontos (adequação total). A marca dos cem pontos é o limite entre inadequação e adequação.

Para Vitor França, assessor econômico da entidade, o resultado de agosto "jogou um banho de água fria" nas expectativas positivas por conta do resultado do mês passado.

"Em julho, ficamos entusiasmados imaginando que o comércio podia ter reconhecido a gravidade da crise e sinalizado um ajuste na gestão de estoques, mas a retração vista em agosto evidencia que o dado de julho foi apenas um ponto fora da curva dentro da trajetória ainda muito negativa da economia", explica o economista.

No mês passado, depois de seis meses de aumento de estoques indesejados, a percepção dos comerciantes havia melhorado significativamente ante junho.

Em julho, o IE atingiu 115,9 pontos, ante 101,5 pontos em junho. Na ocasião, a entidade havia informado que era preciso esperar mais alguns meses para confirmar se esse comportamento era algo apenas pontual ou se indicava de fato um ajuste positivo de estoques e um ponto final do ciclo de carregamento de produtos.

Para França, o resultado de agosto sugere ainda que, mesmo pessimistas, os empresários continuam sendo surpreendidos por vendas ainda mais fracas do que as esperadas.

"Por isso, é preciso reforçar a necessidade de o empresário ser ainda mais conservador, pois a crise tende a ser longa e estoque alto prejudica a situação financeira das empresas", afirmou o economista.

De acordo com nota da equipe econômica da FecomercioSP, o pior momento da crise econômica ainda não passou e as perspectivas de curto prazo não são positivas.

"Enquanto não houver no horizonte um conjunto de políticas econômicas mais confiáveis e factíveis, a economia brasileira estará fadada a conviver com juros elevados, inflação acima da meta, eliminação de empregos e retração do nível de atividade", afirmam os economistas da entidade.

"Para o varejo, isso significa menor volume de vendas e forte aumento do volume de estoques indesejados, com crescimento da propensão a promoções, liquidações e queimas generalizadas de estoques, conforme se observa desde o início de 2015."

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São Paulo - Depois de uma sinalização positiva de ajuste de estoques em julho, a proporção de empresários da região metropolitana de São Paulo (RMSP) que notou excesso de estoques mudou de direção e voltou a crescer, ao passar de 27,9% para 37,3% em agosto, de acordo com dados da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) divulgados nesta quinta-feira, 20.

O resultado de agosto, que é o maior valor já registrado na série histórica, iniciada em junho de 2011, indica que quase quatro em cada dez lojistas estão com mercadorias encalhadas.

O levantamento mostrou ainda que a proporção de empresários com estoques adequados registrou queda de mais de 10 pontos porcentuais no período, de 57,9% para 47,6%.

Com esses resultados, o Índice de Estoques (IE) , que mede o nível de adequação de mercadorias, recuou 17,6% no mês de agosto ante julho ao atingir 95,4 pontos, também o menor valor já registrado pela série histórica. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, a queda foi de 11,3%.

O IE varia de zero (inadequação total) a 200 pontos (adequação total). A marca dos cem pontos é o limite entre inadequação e adequação.

Para Vitor França, assessor econômico da entidade, o resultado de agosto "jogou um banho de água fria" nas expectativas positivas por conta do resultado do mês passado.

"Em julho, ficamos entusiasmados imaginando que o comércio podia ter reconhecido a gravidade da crise e sinalizado um ajuste na gestão de estoques, mas a retração vista em agosto evidencia que o dado de julho foi apenas um ponto fora da curva dentro da trajetória ainda muito negativa da economia", explica o economista.

No mês passado, depois de seis meses de aumento de estoques indesejados, a percepção dos comerciantes havia melhorado significativamente ante junho.

Em julho, o IE atingiu 115,9 pontos, ante 101,5 pontos em junho. Na ocasião, a entidade havia informado que era preciso esperar mais alguns meses para confirmar se esse comportamento era algo apenas pontual ou se indicava de fato um ajuste positivo de estoques e um ponto final do ciclo de carregamento de produtos.

Para França, o resultado de agosto sugere ainda que, mesmo pessimistas, os empresários continuam sendo surpreendidos por vendas ainda mais fracas do que as esperadas.

"Por isso, é preciso reforçar a necessidade de o empresário ser ainda mais conservador, pois a crise tende a ser longa e estoque alto prejudica a situação financeira das empresas", afirmou o economista.

De acordo com nota da equipe econômica da FecomercioSP, o pior momento da crise econômica ainda não passou e as perspectivas de curto prazo não são positivas.

"Enquanto não houver no horizonte um conjunto de políticas econômicas mais confiáveis e factíveis, a economia brasileira estará fadada a conviver com juros elevados, inflação acima da meta, eliminação de empregos e retração do nível de atividade", afirmam os economistas da entidade.

"Para o varejo, isso significa menor volume de vendas e forte aumento do volume de estoques indesejados, com crescimento da propensão a promoções, liquidações e queimas generalizadas de estoques, conforme se observa desde o início de 2015."

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