Economia

Faturamento da industria cai pelo 2o mês seguido, diz CNI

Utilização da capacidade instalada ficou no mesmo nível de julho na comparação entre outubro e setembro


	Trabalhadores empacotam produtos em caixas na fábrica da Natura em Cajamar, São Paulo: falta de competitividade da indústria brasileira está fazendo com que bens importados absorvam a demanda nacional, afirmou gerente da CNI
 (Paulo Whitaker/Reuters)

Trabalhadores empacotam produtos em caixas na fábrica da Natura em Cajamar, São Paulo: falta de competitividade da indústria brasileira está fazendo com que bens importados absorvam a demanda nacional, afirmou gerente da CNI (Paulo Whitaker/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 7 de dezembro de 2012 às 16h02.

Brasília - O faturamento da indústria brasileira caiu pelo segundo mês consecutivo, enquanto que a ociosidade nas plantas ficou estável por quatro meses, indicando que a recuperação do setor ainda não ganhou força, informou a Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta sexta-feira.

As vendas na indústria brasileira caíram 1 por cento em outubro sobre o mês anterior, apesar de terem desacelerado em relação ao tombo de 2 por cento visto em setembro.

Ao mesmo tempo, a utilização da capacidade instalada na indústria ficou em 81 por cento em outubro ante setembro, o mesmo patamar desde julho. A CNI informou ainda que as horas trabalhadas cresceram 0,5 por cento e o emprego teve leve alta de 0,2 por cento, de acordo com dados dessazonalizados, pelo segundo mês consecutivo.

"Os sinais que vem da indústria ainda não são firmes e constantes. A utilização da capacidade instalada não vem crescendo", afirmou o gerente-executivo de Pesquisa da CNI, Renato da Fonseca.

A queda nas vendas de outubro e setembro mostra que a demanda doméstica, apesar de estimulada, está sendo absorvida por produtos importados, evidenciando, segundo Fonseca, os problemas de competitividade do setor.

Já a persistência na ociosidade na capacidade instalada na indústria pode deixar a retomada dos investimentos para ao longo do próximo ano. "Não faz sentido investir se tem máquina parada na empresa", explicou o economista da CNI, Marcelo de Ávila. "A recuperação está ocorrendo, mas não com a força necessária para a retomada dos investimentos", emendou.


Para o empresário investir, a CNI aponta a necessidade de continuidade do crescimento da produção industrial, mantidos os estoques reduzidos no setor e o crescimento mais consolidado do faturamento.

A indústria é o setor que mais tem sofrido com a crise internacional. Em outubro, a produção industrial medida pelo IBGE cresceu 0,9 por cento em outubro, mas a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) continua frágil, com alta de 0,6 por cento no terceiro trimestre do ano, apesar do avanço de 1,1 por cento na indústria no período.

CONFIANÇA

A indústria tem passado por um momento de ajuste nos estoques e uma melhora gradual na confiança do empresariado, sobretudo graças às medidas adotadas pelo governo para estimular o investimento, como o recém lançado plano de infraestrutura nos portos.

Por isso, a CNI aposta que o PIB industrial tenha contração de 0,6 por cento em 2012 e crescimento de 4,1 por cento para 2013.

Já a massa salarial real cresceu 1 por cento sobre setembro, enquanto o rendimento médio real elevou-se 0,8 por cento na mesma comparação.

Os indicadores da CNI traçam um cenário de 19 setores da indústria de transformação.

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