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Fabricantes de materiais ópticos esperam faturar R$ 850 mi em 2004

Combate à pirataria e aquecimento da economia devem estimular negócios, mas recuperação não será suficiente para cobrir as perdas de 2003

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h26.

O setor de materiais ópticos, que inclui armações, lentes, óculos de sol e outros acessórios, aposta no combate à pirataria e ao contrabando e na recuperação econômica para alcançar um faturamento de 850 milhões de reais neste ano, 8% mais que em 2003. Embora seja o dobro das expectativas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, o desempenho não será suficiente para recuperar a queda de 18% da receita verificada em 2003, quando o setor faturou 787 milhões de reais.

Segundo o presidente da Associação Brasileira de Produtos e Equipamentos Ópticos (Abióptica), Synésio Batista da Costa, o crescimento de 1,5% na receita bruta nos primeiros seis meses do ano é um sinal de que a estimativa será concretizada. A aposta se concentra no último trimestre, "período mais forte para a venda de produtos ópticos". "Os consumidores esperam o 13º salário para trocar de óculos, por exemplo", afirmou Costa.

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Os óculos são o principal produto do setor. Neste ano, a indústria espera vender 57,5 milhões de unidades. O volume é 7,47% maior que os 53,5 milhões comercializados no ano passado. Os óculos de sol devem puxar as vendas, crescendo 9,3% sobre 2003 e alcançando 35 milhões de unidades. Já os óculos de prescrição (popularmente conhecidos como "óculos de grau") devem aumentar 4,6%, para 22,5 milhões de unidades.

A balança comercial do setor deve continuar pesando a favor das importações. Neste ano, a Abióptica estima que sejam importados cerca de 60 milhões de dólares em produtos ópticos, liderados por armações de grifes internacionais, especialmente as marcas italianas. O valor, porém, será 3,5% menor que os 62,2 milhões do ano passado. Em contrapartida, espera-se que as exportações subam 17,6%, para 20 milhões de dólares.

Pirataria

Segundo Costa, os números poderiam ser bem mais expressivos, se o setor não sofresse com a pirataria e o contrabando. Para se ter uma idéia, em 2000, os produtos ilegais ocupavam 29,3% do mercado brasileiro. Crescendo sucessivamente, a taxa bateu em 60% no ano passado. A fraca fiscalização das fronteiras e da pirataria não são os únicos motivos para este salto. A queda do poder aquisitivo do brasileiro também pesou contra. "Cerca de 90% da pirataria é alimentada por consumidores que perderam poder de compra", disse Costa.

Com o objetivo de combater o problema, a Abióptica lançou, neste ano, um selo de procedência para identificar os produtos legalmente fabricados.Das mais de 200 empresas que atuam no setor, apenas três ainda não aderiram. Agora, a associação está investindo 500 mil reais numa campanha publicitária para conscientizar os consumidores sobre os malefícios de comprar produtos pirateados ou contrabandeados.

Se tudo der certo, a Abióptica espera reduzir a taxa de ilegalidade para 50% do mercado neste ano. Nos próximos cinco anos, o combate ao problema deve render outros frutos, como atingir um faturamento de 1,5 bilhão de reais. Com capacidade ociosa hoje na casa dos 50%, o setor acredita que só ao fim deste período, será preciso investir no aumento do parque fabril.

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