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EXAME/IDEIA: para 59%, custo de vida aumentou durante a pandemia

Na pandemia de covid-19 a renda diminuiu e preços aumentaram para boa parte da população. Mas brasileiros acreditam que em 6 meses a situação será melhor

Juros futuros (Gustavo Mellossa/iStock/Getty Images)
GG

Gilson Garrett Jr

Publicado em 9 de novembro de 2020 às 18h59.

Mais da metade dos brasileiros viu a renda ficar apertada desde o começo da pandemia de covid-19 no país, em março. Para 59%, o custo de vida aumentou neste período. Em grande parte puxada por itens da cesta básica, como o arroz e o feijão, que subiram mais de 20%.

Além da alta dos preços, muitas pessoas tiveram redução nos salários ou até perderam o emprego. Entre os informais, 40% pararam de trabalhar no segundo trimestre de 2020.

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Os dados são da mais recente pesquisa exclusiva EXAME/IDEIA, projeto que une Exame Research, braço de análise de investimentos da EXAME, e o IDEIA, instituto de pesquisa especializado em opinião pública. O levantamento foi feito por telefone com 1.200 pessoas entre os dias 2 e 5 de novembro. A margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos.

-(Arte/Exame)

A região que mais sentiu o custo de vida aumentar foi a Centro-Oeste (75%), logo depois vem o Sul (69%) e o Sudeste (60%). No Norte o custo de vida aumentou para 56%, e o Nordeste foi a região que menos sentiu os impactos da pandemia na economia, com 48%.

Olhando para as classes sociais, para os mais pobres a situação ficou pior. Entre os entrevistados das classes D/E, 62% disseram que ficou mais caro viver. Na classe C esta parcela é de 58%, e nas classes A/B é de 60%.

A pesquisa também perguntou para os brasileiros quais os gastos que mais impactam no orçamento familiar. O pagamento de contas básicas, como água, gás, luz e telefone, são as que mais comprometem a renda, para 83%. Em segundo lugar ficaram os alimentos, com 76%, seguido do pagamento de cartão de crédito, com 45% - nesta pergunta era possível assinalar mais de uma opção.

-(Arte/Exame)

Apesar do aumento no custo de vida, há otimismo sobre o futuro. Entre os entrevistados, 50% acreditam que a situação financeira da família estará melhor daqui seis meses. Já em relação à economia brasileira, há uma divisão quanto a opinião sobre a perspectiva de melhora para o próximo ano, com 31% afirmando que ela estará melhor, 33% dizendo que não vai mudar e outros 33% acreditando que a economia estará ainda pior que atualmente.

-(Arte/Exame)

“Cabe ressaltar que essas perspectivas têm alta relação com a avaliação e aprovação do governo federal, sendo que quanto mais positiva a visão do governo do presidente Jair Bolsonaro, maior é a tendência em acreditar na melhora financeira pessoal e da economia brasileira, sendo inversamente proporcional quanto mais negativa a opinião sobre o governo federal”, explica Maurício Moura, fundador do Ideia.

Avaliação do presidente

A aprovação do governo do presidente Jair Bolsonaro está em 38%, uma das mais altas desde fevereiro de 2019, antes da pandemia do coronavírus. Em relação à última pesquisa, feita há duas semanas, a avaliação caiu 1%, mas oscilou dentro da margem de erro, que é de três pontos percentuais para mais ou para menos. Sendo assim, é considerada estável.

A desaprovação caiu de 39% para 34%. Aqueles que nem aprovam e nem desaprovam saíram de 21% e agora somam 28%.

A mais alta avaliação da série histórica foi registrada em janeiro de 2019, quando 49% aprovavam o governo. Este valor foi caindo até chegar em 20% no mês de maio deste ano, coincidindo com o agravamento no número de casos e de mortes por covid-19 no país. A alta significativa foi percebida em agosto (37%), mês em que houve a liberação de grande parte do auxílio emergencial.

Pandemia grave, mas sob controle

A pesquisa também perguntou para os brasileiros sobre a situação da pandemia de covid-19. Para 43% dos entrevistados, a situação no país está grave, mas sob controle. Entre os mais otimistas, há 18% que acreditam que o pior já passou e a tendência é melhorar. Já 36% acham que a situação deve piorar ainda mais em breve.

Uma possível segunda onda não é descartada por autoridades de saúde, e medidas mais severas, como a volta de um confinamento mais amplo, não são descartadas.

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