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Europa sujeita a graves riscos caso Grécia saia do euro

Segundo especialistas, um dos maiores perigos está na significativa chance de os mercados começarem a precificar a saída de outros países da União Monetária

Muitos especialistas e dirigentes creem que a saída da Grécia é agora o cenário mais provável (©AFP / louisa gouliamaki)
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Da Redação

Publicado em 21 de maio de 2012 às 14h10.

Bruxelas - A Europa afirma estar atualmente melhor preparada para uma eventual saída da Grécia da zona do euro, mas analistas alertam sobre reações de pânico no mercado que esse processo de perda geraria, além de um potencial efeito dominó, principalmente em Espanha e Itália, e de uma provável perda de credibilidade no projeto europeu, ainda em plena construção.

O que parecia impossível de se imaginar um ano atrás pode converter-se em realidade. De fato, muitos especialistas e dirigentes creem que uma saída da Grécia, um país de 11 milhões de habitantes que representa apenas 2% do PIB europeu, é agora o cenário mais provável.

"O assunto é o medo, o medo de um potencial efeito contagioso. Países como Espanha, Portugal o Itália deveriam preparar-se para reações de pânico", disse Diego Valiante, do Centro de Estudos de Política Europeia (CEPS), de Bruxelas.

Os mercados até já batizaram o fenômeno de "Grexit", de consequências incalculáveis para a Grécia e para a Eurozona, tanto para o setor público quanto o privado.

Segundo especialistas, um dos maiores perigos está na significativa chance de os mercados começarem a precificar a saída de outros países da União Monetária, a exemplo da Grécia.

"É um jogo muito perigoso e extremamente imprevisível", disse Jan Techau, diretor do Centro de reflexão Carnegie Europe. "Uma vez iniciado esse processo (de saída da Grécia), não se sabe o que virá em seguida, por isso é um cenário que todos desejam evitar", completou.

Provavelmente por esse medo, todos os dirigentes europeus, tanto na Alemanha quanto em Bruxelas ou Espanha, têm reafirmado seu compromisso e interesse de que a Grécia permaneça no euro, em meio a uma forte crise política nesse país.

O cenário mais apocalíptico seria uma saída da Grécia em um contexto de recessão e sem nenhuma intervenção do Banco Central, disse Valiante em um relatório da Eurointelligence.

As consequências disso, dizem os analistas, seriam mais desemprego e recessão, níveis de risco em disparada nos mercados e falta de liquidez gerando forte "insolvência" no sistema financeiro, com a retirada massiva de capital.

Uma clara mostra de pânico ocorreu na Grécia em 14 de maio, quando particulares e empresas retiraram de suas contas mais de 700 milhões de euros, ante o temor de que o governo grego congelasse as poupanças, como houve na Argentina em 2001.

Contudo, vários dirigentes europeus têm garantido que a Europa está blindada ante um risco de contágio, através dos Fundos de resgate europeus.

Para Sebastian Dullien, do Conselho de Relações Exteriores Europeu (ECFR), essa aposta nos Fundos de resgate é perigosa e precisa ser evitada.

"Todos sabemos que nem o FEEF (Fundo Europeu de Estabilidade Financeira) nem o MEE (Mecanismo Europeu de Estabilidade) são suficientes para resgatar um país como Itália, por exemplo", escreveu ele em uma análise. "Mesmo uma ampliação dos fundos não resolveria o risco de contágio", afirmou.

Na mesma linha, o ministro da Economia da Espanha, Luis de Guindos, pediu ao Eurogrupo uma "resposta" à crise na Grécia ante a estreita correlação entre as economias europeias. Uma saída da Grécia "seria um fracasso" para nós, afirmou.

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Bruxelas - A Europa afirma estar atualmente melhor preparada para uma eventual saída da Grécia da zona do euro, mas analistas alertam sobre reações de pânico no mercado que esse processo de perda geraria, além de um potencial efeito dominó, principalmente em Espanha e Itália, e de uma provável perda de credibilidade no projeto europeu, ainda em plena construção.

O que parecia impossível de se imaginar um ano atrás pode converter-se em realidade. De fato, muitos especialistas e dirigentes creem que uma saída da Grécia, um país de 11 milhões de habitantes que representa apenas 2% do PIB europeu, é agora o cenário mais provável.

"O assunto é o medo, o medo de um potencial efeito contagioso. Países como Espanha, Portugal o Itália deveriam preparar-se para reações de pânico", disse Diego Valiante, do Centro de Estudos de Política Europeia (CEPS), de Bruxelas.

Os mercados até já batizaram o fenômeno de "Grexit", de consequências incalculáveis para a Grécia e para a Eurozona, tanto para o setor público quanto o privado.

Segundo especialistas, um dos maiores perigos está na significativa chance de os mercados começarem a precificar a saída de outros países da União Monetária, a exemplo da Grécia.

"É um jogo muito perigoso e extremamente imprevisível", disse Jan Techau, diretor do Centro de reflexão Carnegie Europe. "Uma vez iniciado esse processo (de saída da Grécia), não se sabe o que virá em seguida, por isso é um cenário que todos desejam evitar", completou.

Provavelmente por esse medo, todos os dirigentes europeus, tanto na Alemanha quanto em Bruxelas ou Espanha, têm reafirmado seu compromisso e interesse de que a Grécia permaneça no euro, em meio a uma forte crise política nesse país.

O cenário mais apocalíptico seria uma saída da Grécia em um contexto de recessão e sem nenhuma intervenção do Banco Central, disse Valiante em um relatório da Eurointelligence.

As consequências disso, dizem os analistas, seriam mais desemprego e recessão, níveis de risco em disparada nos mercados e falta de liquidez gerando forte "insolvência" no sistema financeiro, com a retirada massiva de capital.

Uma clara mostra de pânico ocorreu na Grécia em 14 de maio, quando particulares e empresas retiraram de suas contas mais de 700 milhões de euros, ante o temor de que o governo grego congelasse as poupanças, como houve na Argentina em 2001.

Contudo, vários dirigentes europeus têm garantido que a Europa está blindada ante um risco de contágio, através dos Fundos de resgate europeus.

Para Sebastian Dullien, do Conselho de Relações Exteriores Europeu (ECFR), essa aposta nos Fundos de resgate é perigosa e precisa ser evitada.

"Todos sabemos que nem o FEEF (Fundo Europeu de Estabilidade Financeira) nem o MEE (Mecanismo Europeu de Estabilidade) são suficientes para resgatar um país como Itália, por exemplo", escreveu ele em uma análise. "Mesmo uma ampliação dos fundos não resolveria o risco de contágio", afirmou.

Na mesma linha, o ministro da Economia da Espanha, Luis de Guindos, pediu ao Eurogrupo uma "resposta" à crise na Grécia ante a estreita correlação entre as economias europeias. Uma saída da Grécia "seria um fracasso" para nós, afirmou.

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