EUA vão estender isenções de tarifas ao aço se receber concessões
Porta-voz americano afirmou vão manter a isenção de tarifas aos países aliados, inclusivo o Brasil, se os países fizerem concessões comerciais
AFP
Publicado em 26 de abril de 2018 às 14h32.
Última atualização em 26 de abril de 2018 às 14h46.
Os Estados Unidos vão manter a isenção de tarifas sobre as importações de aço e alumínio aos países aliados, inclusive Brasil, se eles fizerem concessões comerciais, afirmou nesta quinta-feira (26) um assessor da Casa Branca.
"É muito importante que alguns de nossos amigos façam algumas concessões a respeito de práticas comerciais, tarifas e impostos", disse o diretor do Conselho Econômico Nacional, Larry Kudlow, à CNBC, citando por exemplo um "tratamento igualitário para os automóveis" na União Europeia (UE).
Essas declarações foram feitas apenas quatro dias antes de expirarem as isenções concedidas a UE, Brasil, México e Canadá, entre outros. A partir de 1 de maio, esses grandes exportadores passarão a pagar tarifas de 25% sobre o aço e de 10% sobre o alumínio.
As medidas miravam, inicialmente, a superprodução da China - principal alvo da combativa política comercial de Trump.
Kudlow disse, contudo, que o setor automobilístico, mais que o de defesa nacional, é a área na qual poderia ser feitas mais concessões.
"um dos assuntos em que mais avançados foi o tratamento igualitário aos carros. Gostaríamos de ver algumas concessões da Europa", afirmou Kudlow, que acrescentou que os detalhes estão sendo analisados.
Se as isenções tarifárias expirarem, ares de uma guerra comercial poderiam vir à tona.
A UE ameaçou, no mês passado, impor suas próprias medidas punitivas contra produtos americanos, caso não fique isenta das tarifas.
Em uma visita a Washington, o presidente da França Emmanuel Macron defendeu a cooperação comercial entre países aliados.
"Ninguém inicia uma guerra comercial com seus aliados", disse o francês nesta quarta-feira ao Congresso americano.
Trump autorizou a imposição de tarifas sobre produtos chineses por até 50 bilhões de dólares, em represália pela suposta violação de direitos de propriedade intelectual americana.