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EUA e China retomam negociações comerciais cruciais

Secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin, vai liderar delegação que se reunirá com autoridades chinesas lideradas pelo vice-primeiro-ministro Liu He

China e EUA: "Essas reuniões são o prolongamento das discussões desenvolvidas em Pequim há duas semanas e se centram no reequilíbrio das relações econômicas", diz Casa Branca (Jewel Samad/AFP)
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AFP

Publicado em 17 de maio de 2018 às 15h50.

Última atualização em 17 de maio de 2018 às 15h55.

Washington e Pequim retomaram, nesta quinta-feira, delicadas negociações comerciais, sob ameaça da possível entrada em vigor, daqui a menos de uma semana, de sanções americanas, que relançariam o fantasma de uma guerra comercial.

O secretário do Tesouro Steven Mnuchin vai liderar a delegação americana que, durante quinta e sexta-feira, se reunirá com autoridades chinesas lideradas pelo vice-primeiro-ministro Liu He, anunciou a Casa Branca.

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Liu He, próximo ao presidente Xi Jinping, comanda a política econômica do gigante asiático e já tinha conduzido a delegação de seu país nos diálogos que aconteceram em Pequim dirigidos por Mnuchin, sem avanços substanciais.

"Essas reuniões são o prolongamento das discussões desenvolvidas em Pequim há duas semanas e se centram no reequilíbrio das relações econômicas" bilaterais, afirmou a Casa Branca, que exige da China uma redução em 200 bilhões de dólares de um déficit comercial que, em 2017, alcançou os 375 bilhões.

O presidente americano Donald Trump, que não se cansa de denunciar práticas comerciais "desleais" da potência asiática, destacou nesta terça-feira no tuíte que "há muitos anos" seu país contribui com "centenas de milhões de dólares" à economia chinesa.

"Steven Mnuchin vai conduzir as discussões junto do secretário de Comércio Wilbur Ross e ai representante comercial (USTR) Robert Lighthizer", indicou a Presidência americana, acrescentando que outras autoridades de governo também vão intervir nesses encontras.

A China, que já deve pagar taxas de 25% por suas exportações de aço aos Estados Unidos e de 10% pelas de alumínio, poderia ser alvo de novas taxas sobre 50 bilhões de dólares vendidos ao país americano para compensar o que Washington considera um roubo de propriedade intelectual em prejuízo das empresas americanas.

Reuniões cruciais

O prazo de consulta sobre a lista de produtos chineses que seriam afetados por essas novas taxas vence em 22 de maio. Se antes dessa data ambos os países não chegarem a um acordo sobre o reequilíbrio da balança comercial, as ameaças do governo de Trump se concretizaram.

A China já anunciou que neste caso aplicará medidas de represália equivalentes, que concentrariam em produtos agrícolas, especialmente a soja, um bem muito dependente do mercado asiático e cuja produção se concentra em estados favoráveis ao presidente republicano.

As reuniões de quarta e quinta-feira se tornam, então, cruciais para evitar uma guerra comercial entre as duas potências, um confronto que, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), poderia ter repercussões negativas sobre o crescimento da economia mundial.

"A boa saúde do comércio internacional contribuiu recentemente para o fortalecimento do crescimento econômico mundial, mas o ressurgimento do protecionismo ameaça atrapalhar esse momento positivo", alertou a diretora-geral do FMI, Christine Lagarde, nesta segunda-feira.

A Casa Branca não especificou quem mais fará parte da delegação americana, mas alguns meios de comunicação dizem que Peter Navarro, assessor comercial do presidente Trump, será excluído, por causa de sua hostilidade em relação à China.

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