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EUA anunciam que irão restringir exportações de tecnologia nuclear à China

Apesar da indústria dos EUA poder sofrer no curto prazo com a decisão, governo avalia que medidas compensam no longo prazo

EUA e China: medidas representam mais um capítulo da disputa comercial entre as duas superpotências (Damir Sagolj/Reuters)

EUA e China: medidas representam mais um capítulo da disputa comercial entre as duas superpotências (Damir Sagolj/Reuters)

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AFP

Publicado em 11 de outubro de 2018 às 18h37.

Os Estados Unidos afirmaram nesta quinta-feira, 11, que irão restringir drasticamente as exportações de tecnologia nuclear civil para a China, por medo de serem desviadas para uso militar.

"Os Estados Unidos não podem ignorar as implicações de segurança nacional dos esforços da China para obter tecnologia nuclear fora dos processos estabelecidos de cooperação nuclear civil EUA-China", disse o secretário de Energia Rick Perry em um comunicado.

As medidas são o último capítulo de um movimento de pressão dos EUA sobre a China, com o governo de Donald Trump recentemente aplicando tarifas sobre US$ 250 bilhões em produtos importados da potência asiática.

Os Estados Unidos ainda vão permitir exportações de tecnologia nuclear civil para a China, mas elas enfrentarão um severo escrutínio. O país já analisa cuidadosamente as exportações nucleares por meio das chamadas autorizações Parte 810 do Departamento de Energia, que verificam se a tecnologia terá uso pacífico e não será enviada para um terceiro país.

"Durante décadas, a China manteve uma estratégia coordenada pelo governo central de adquirir tecnologia nuclear para obter vantagem econômica", disse uma autoridade americana sob condição de anonimato.

Esta fonte admitiu que a China, que quer expandir sua capacidade de produção de energias limpas para atender à crescente demanda, continua sendo um importante mercado de exportação nuclear.

"Entendemos que a indústria dos EUA pode sofrer no curto prazo com essa decisão", afirmou. "Contudo, o esforço coordenado da China para emular e deslocar produtos nucleares americanos pode causar a perda permanente de marcados globais e empregos domésticos no longo prazo", afirmou.

O ex-presidente Barack Obama assinou, em 2015, uma extensão da cooperação nuclear entre os Estados Unidos e a China, com seu governo argumentando que Pequim havia adotado controles mais rigorosos como parte das negociações de renovação.

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