Etanol não é o melhor combustível verde, diz Economist

A revista britânica The Economist afirma em sua recente edição que o etanol não é o melhor combustível verde a ser usado na substituição do petróleo. "Todo mundo parece pensar que o etanol é uma boa forma de tornar os carros menos poluentes. Todo mundo está errado", afirma a publicação, uma das mais respeitadas do mundo.

Segundo a revista, o etanol, que tem como maiores produtores mundiais o Brasil e os Estados Unidos, costuma ser encarado como uma das soluções mais viáveis para reduzir a liberação de carbono na atmosfera simplesmente porque é a forma mais conhecida de se produzir um biocombustível. Entretanto, diz a Economist, Henry Ford tinha boas razões quando, há um século, desistiu de produzir motores a etanol. Esse combustível rende um terço menos que a gasolina, absorve água da atmosfera e pode corroer rapidamente motores.

A vantagem de ser produzido a partir de uma planta que capture o gás carbônico da atmosfera não é suficiente, segundo a Economist, para justificar a produção de etanol em larga escala. Muitos cientistas já perceberam isso e buscam desenvolver diferentes moléculas que possam aproximar o rendimento desse combustível ao da gasolina.

Uma das alternativas é o butanol, outro tipo de álcool também produzido a partir da fermentação do açúcar. Por possuir mais moléculas de carbono, esse combustível pode liberar mais energia e chega a render 85% da gasolina. Uma joint venture entre a fabricante de produtos químicos americana DuPont e a petrolífera britânica BP deve começar a comercializar o butanol dentro de semanas. Empresas da Califórnia, entretanto, já pesquisam outras moléculas com potencial ainda maior.