Economia

Esta pode ser a primeira mulher na nota de dólar

Harriet Tubman ajudou a libertar centenas de escravos e ganhou votação online; Hillary Clinton e Obama apoiam a ideia

Harriet Tubman (1822-1913), ex-escrava e abolicionista que ajudou a libertar centenas de escravos (Montagem/WomanOn20s)

Harriet Tubman (1822-1913), ex-escrava e abolicionista que ajudou a libertar centenas de escravos (Montagem/WomanOn20s)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 14 de maio de 2015 às 17h58.

São Paulo - Está ganhando força o movimento para colocar, pela primeira vez na história, um rosto feminino na nota de dólar.

A ex-senadora, ex-secretária de Estado e atual pré-candidata à Presidência, Hillary Clinton, se tornou hoje, via Twitter, a mais nova apoiadora da ideia: "seria o máximo, muito merecido - e mais do que na hora".

A mulher, no caso, é Harriet Tubman (1822-1913) - que nasceu escrava, fugiu para o Norte e conduziu 19 viagens na chamada "Ferrovia Underground", ajudando a libertar 300 escravos mesmo correndo grande risco de ser capturada.

Ela também participou como espiã e comandante militar da Guerra Civil Americana e fez parte do movimento pelo voto feminino.

Tubman venceu com 118 mil votos uma votação virtual com as concorrentes Eleanor Roosevelt (111 mil), ex-primeira dama e ativista de direitos humanos, Rosa Parks (64 mil), ícone da luta pelos direitos civis dos negros, e Wilma Mankiller (58 mil), primeira chefe mulher da Nação Cherokee. 

As quatro finalistas vieram de uma "primária" que contou com outros nomes feministas como Susan B. Anthony e Betty Friedan, além de Sojourner Truth, também abolicionista. 

Movimento

O movimento para colocar uma mulher na nota de 20 dólares foi capitaneado pela organização sem fins lucrativos Women On 20s, que entregou a petição para a Casa Branca e o Departamento de Tesouro. São eles os responsáveis pela decisão - mesmo que o rosto mude, ele não precisaria necessariamente ser o de Tubman. 

De uma forma ou de outra, a nota de 20 foi escolhida porque será celebrado em 2020 o centésimo aniversário do voto feminino no país. O rosto atual é Andrew Jackson, ex-presidente criticado por seu papel na remoção de americanos nativos e, ironicamente, um oponente na época do dinheiro em papel e de um sistema bancário central.

Em julho do ano passado, o presidente Barack Obama disse que havia recebido uma carta de uma jovem menina pedindo para que uma mulher fosse colocada no dólar, "uma bela de uma ideia".

Desde então, a carta original e sua autora foram reveladas, assim como a resposta do presidente. No mês passado, Jeanne Shaheen, senadora por New Hampshire, introduziu um projeto para criar um painel de cidadãos que discutiria a questão.

Ela nota que a cada 7 a 10 anos, as notas sofrem algumas mudanças por motivos de segurança, e que a de 20 dólares deve passar por este processo em breve. Mudar o rosto, portanto, não implicaria em grande gasto extra.

Veja o tuíte de Clinton:

E alguns vídeos da campanha:

https://youtube.com/watch?v=jcmL74sMIKI
  

https://youtube.com/watch?v=79RgFI-bJIE

Acompanhe tudo sobre:Barack ObamaCâmbioDólarHillary ClintonInternetMoedasNegrosPersonalidadesPolíticosRedes sociais

Mais de Economia

‘Problema dos gastos no Brasil não é ter os pobres no Orçamento’, diz Simone Tebet

Plano Real, 30 anos: Gustavo Loyola e as reformas necessárias para o Brasil crescer

Governo sobe previsão de déficit de 2024 para R$ 28,8 bi, com gastos de INSS e BPC acima do previsto

Mais na Exame