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Espanha cria fundo de 10 bilhões de euros para resgatar empresas

Fundo tem como objetivo fornecer apoio público temporário para empresas não financeiras afetadas pela pandemia de covid-19

Espanha: crédito será utilizado para resgatar empresas estratégicas (Jon Nazca/Reuters)
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AFP

Publicado em 3 de julho de 2020 às 12h06.

O governo da Espanha anunciou nesta sexta-feira (3) um fundo público de 10 bilhões de euros (US$ 11,23 bilhões) para resgatar empresas estratégicas em dificuldade devido à pandemia de coronavírus , o que poderia implicar a entrada do Estado em seu capital.

O objetivo do fundo é "fornecer apoio público temporário para fortalecer a solvência de empresas não financeiras afetadas pela pandemia de COVID-19", explica um comunicado do governo de coalizão de esquerda.

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As empresas que poderão se beneficiar terão que ser consideradas estratégicas, por exemplo aquelas em áreas de segurança, saúde, infraestrutura, comunicação, ou por "sua contribuição para o bom funcionamento dos mercados", afirma o texto.

O governo ainda não mencionou nenhum possível beneficiário.

O dinheiro será entregue mediante a concessão de empréstimos participativos ou a aquisição de ações ou obrigações da empresa pelo Estado, através da Sociedade Estatal de Participações Industriais (SEPI).

"O montante dos dividendos, juros e mais-valias resultantes dos investimentos realizados entrarão no Tesouro Público", afirma o comunicado.

O governo do socialista Pedro Sánchez também anunciou uma nova linha de créditos garantidos pelo Estado, num valor de 40 bilhões de euros (cerca de US$ 45 bilhões), para apoiar o investimento das empresas em sustentabilidade ambiental e digitalização.

Em março, o governo já forneceu garantias de crédito de cerca de 100 bilhões de euros (US$ 112,32 bilhões) para empresas em dificuldades.

A Espanha, um dos países mais afetados do mundo pela pandemia com mais de 28.300 mortes, é também aquele cuja economia deve sofrer particularmente com a crise, pois é altamente dependente do turismo e da exportação de automóveis, além de ter um mercado de trabalho bastante precário.

Desde meados de março, o governo adotou uma série de medidas para tentar atenuar o impacto econômico, facilitando o acesso a planos de desemprego parcial financiados pelo Estado, recentemente prolongados até o final de setembro. As empresas beneficiárias não podem demitir nenhum funcionário até seis meses após o término do plano.

Além disso, houve atrasos nos pagamentos de impostos de pequenas e médias empresas e trabalhadores autônomos, bem como o adiamento de contribuições para a previdência social. O governo também forneceu auxílios financeiros para as pessoas que perderam o emprego, mas sem acesso aos benefícios de desemprego, assim como para os autônomos.

Para financiar essas medidas, Sánchez reconheceu na quinta-feira que uma reforma fiscal é "inevitável", prevendo um aumento de impostos, especialmente para as grandes empresas.

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