Espanha calcula prejuízos com investida catalã
A instabilidade provocada pelo referendo promovido unilateralmente pelos catalães no último domingo teve impactos imediatos nos mercados
Da Redação
Publicado em 5 de outubro de 2017 às 06h24.
Última atualização em 5 de outubro de 2017 às 07h32.
Em meio ao caos político, com as investidas da Catalunha por independência, a Espanha vai a leilão. Nesta quinta-feira, o tesouro público espanhol pretende emitir 5,2 bilhões de euros em títulos de dívidas – uma parte a expirar em 2024, a outra em 2029. Em 2008, a dívida do país correspondia a 40% do PIB. Hoje, é superior a 100% – equivalente a mais de 1 trilhão de euros.
A instabilidade provocada pelo referendo promovido unilateralmente pelos catalães no último domingo teve impactos imediatos nos mercados. Na quarta-feira, o Ibex 35, principal índice da bolsa espanhola, chegou a cair 3% – pior variação desde o Brexit, que fez o índice cair 12%.
Às Sete – um guia rápido para começar seu dia
Leia também estas outras notícias da seçãoÀs Setee comece o dia bem informado:
- Em campanha, Bolsonaro vai a Belém para o Círio de Nazaré
- Montadoras se destacam na lenta recuperação da indústria
- Curtas – uma seleção do mais importante no Brasil e no mundo
- Fundo de financiamento fica à espera da caneta de Temer
A agência de classificação de risco Standard e Poor’s avisou que as tensões podem prejudicar o bom desempenho da economia espanhola – que avançou 3,1% em 2016 e tem crescido acima da média europeia desde 2014.
O problema é que, caso a Catalunha de fato consiga se tornar independente, o território espanhol perde sua integridade – o que gera um imenso imbróglio jurídico junto à União Europeia.
O governo espanhol tem sido tão intransigente que não considera nem a possibilidade de negociar com os catalães, e tem mantido a posição de que qualquer tentativa de separação é ilegal. O rei da Espanha, Felipe VI, também optou por uma postura radical e acusa os catalães de deslealdade.
Enquanto isso, o líder regional da Catalunha afirma que já se considera “presidente de um país livre”. A prefeita da cidade de Barcelona (capital da Catalunha), Ada Colau, tem insistido que a União Europeia faça a mediação ads negociações entre os dois lados.
A violência policial com que o referendo foi reprimido no último domingo gerou revolta dos catalães, que fizeram greve por dois dias. A região corresponde por cerca de 20% do PIB espanhol e tem 7,5 milhões de habitantes. A pressão é grande, o custo, também.