Emissão de títulos gregos tem forte demanda e taxa elevada

Atenas - A Grécia captou nesta terça-feira 1,56 bilhão de euros (2,12 bilhões de dólares) em uma emissão de títulos do Tesouro com demanda acima do esperado e altas taxas de juros, em sua primeira operação nos mercados depois do anúncio do plano de resgate europeu para suas finanças.

A emissão permitiu captar 780 milhões de euros com um título de seis meses a uma taxa de 4,55% e outros 780 milhões de euros com outro título com prazo de um ano, colocado a 4,85%, afirmou o órgão grego de gestão da dívida.

As autoridades esperavam obter 1,2 bilhão de euros, com duas captações de 600 milhões.

O rendimento proposto foi muito mais alto que no último lançamento de títulos do Tesouro grego feito em janeiro passado, quando foi oferecida uma taxa de 2,2% para os papéis de um ano e de 1,38% para aqueles com prazo de seis meses.

Com as taxas da emissão desta terça-feira, a Grécia paga dez vezes mais que a Alemanha por títulos desse tipo.

O chefe dos ministros das Finanças da zona do euro, Jean-Claude Juncker, declarou-se tranquilizado pela reação dos mercados. "No domingo, tomamos a decisão correta. Estou tranquilizado com as reações dos mercados desde então", declarou à AFP.

Trata-se da primeira emissão de dívida da Grécia desde que esse país obteve no domingo o compromisso de seus sócios da zona do euro de emprestar ao país, caso fosse necessário, até 30 bilhões de euros durante os próximos 12 meses para superar uma crise que fragiliza todo o continente e pesa sobre o euro.

O governo grego necessita obter 11,5 bilhões de euros no mês que vem e 54 bilhões até o fim do ano para cobrir os pagamentos de sua dívida e suas necessidades orçamentárias.

Depois da emissão desta terça-feira, o ministro grego das Finanças, Giorgos Papaconstantinou, afirmou que seu país pretende "continuar se financiando nos mercados sem problema".

Papaconstantinou reiterou que a Grécia "não pediu a ativação do mecanismo de ajuda" europeu anunciado no domingo por seus sócios na zona do euro.

Os empréstimos bilaterais dos países da zona do euro teriam uma taxa de juros de em torno de 5%, substancialmente inferior às cifras negociadas nos mercados hoje em dia para empréstimos à Grécia.