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Em meio à crise, Temer viaja à Rússia em busca de negociações

O presidente também viajará para a Noruega e, em Moscou, anunciará a entrada em vigor de um acordo que evita a dupla tributação entre os dois países

Temer: os russos buscam equilibrar a balança comercial, historicamente favorável ao Brasil (Mario Tama/Getty Images)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 19 de junho de 2017 às 09h00.

Brasília - Com a intenção de passar uma mensagem de normalidade, em meio ao acirramento da crise política, o presidente Michel Temer embarca nesta segunda-feira, 19, para uma agenda de quatro dias na Rússia e na Noruega.

Na pauta, a busca por comércio, investimentos e cooperação. Enquanto na primeira parada a agenda será eminentemente econômica, na segunda ele deverá ouvir críticas a medidas aprovadas pelo Congresso, que reduzem áreas de preservação ambiental.

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Temer anunciará em Moscou a entrada em vigor de um acordo que evita a dupla tributação entre os dois países. "Esse acordo foi assinado em 2004, mas só passou no Congresso em maio", diz Diego Bonomo, gerente executivo de Comércio Exterior da CNI. Temer também pretende assinar outro acordo, ligado a investimentos e facilitação de comércio.

Os russos buscam equilibrar a balança comercial, historicamente favorável ao Brasil. "Eles querem abertura do Brasil para trigo, peixes e frutas, para prosseguir abrindo espaço para carnes", afirmou ao Estado o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, que está na Ásia e não acompanhará Temer. Em 2016, o Brasil respondeu por 60% das importações russas de proteína animal.

Temer vai também "vender" projetos de concessão em infraestrutura. Os russos já indicaram interesse em operar a Ferrovia Norte-Sul, que deve ir a leilão em fevereiro. Serão ainda oferecidas oportunidades em óleo e gás, como as áreas de exploração de petróleo a serem leiloadas em setembro.

Meio ambiente

O avanço do desmatamento e a aprovação, pelo Congresso, de duas medidas provisórias que reduzem as áreas de proteção ambiental na Amazônia e aguardam a sanção presidencial, deverão estar no centro das reuniões de Temer na Noruega, com o rei Harald 5º, a primeira-ministra Erna Solberg e com o presidente do Parlamento, Olemic Thommessen.

A Noruega é a maior financiadora do Fundo Amazônia, que mantém 89 projetos de combate ao desmatamento, regularização fundiária e gestão territorial de terras indígenas. O país já aportou nele R$ 2,8 bilhões.

A estatal norueguesa Statoil tem investimentos em exploração de petróleo no Brasil e Temer também deverá oferecer a ela as áreas a serem leiloadas.

Mas, tanto lá quanto na Rússia, deverá ser questionado sobre a prorrogação do Repetro, programa que suspende a cobrança de impostos nos projetos de exploração de óleo e gás.

A Noruega integra, com a Suíça, a Islândia e o Liechtenstein, um bloco de livre comércio chamado Efta, com o qual o Mercosul negocia um acordo similar. A primeira rodada de entendimentos ocorreu semana passada, em Buenos Aires. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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