Em meio à crise, faltam carros usados nas lojas
Vendas de carros usados aumentaram quase tanto quanto as vendas de carros novos caíram, o que causou escassez de vários modelos
Da Redação
Publicado em 18 de julho de 2016 às 09h05.
São Paulo - A crise que derrubou o mercado de carros zero-quilômetro teve efeito inverso no segmento de seminovos.
As vendas de modelos com até três anos de uso cresceram 23,6% no primeiro semestre, quase o mesmo porcentual de queda registrado nos novos, de 25,4% no período.
Com essa substituição promovida pelo consumidor, vários carros usados desapareceram das lojas, principalmente na faixa de preço de R$ 30 mil a R$ 50 mil.
Segundo lojistas, a escassez é maior em modelos de boa aceitação no mercado de novos, como Chevrolet Onix - campeão de vendas entre os zero quilômetro -, Honda Fit, Hyundai HB20, Toyota Corolla e vários automóveis com motor 1.0 mais equipados.
Preço mais em conta é o principal atrativo dos seminovos para o consumidor que pretende comprar um zero, mas tem receio de desembolsar alto valor num período de insegurança no mercado de trabalho e falta de crédito para financiamento.
Na revenda Honda Dealer, na zona sul de São Paulo, o estoque de usados girava em torno de 150 carros, mas atualmente só há 50 unidades na loja, diz o supervisor Vytas Cipas. Nenhum deles é do modelo Fit, o mais procurado da marca.
"Até um Fit batido que recebemos foi vendido no mesmo dia em que chegou; não deu tempo nem de prepará-lo para exposição".
O corretor de seguros Rogério Borges Leite, comprador desse Fit, costuma trocar de carro a cada três ou quatro anos, normalmente por um zero, mas, desta vez, preferiu o usado.
"Foi um achado; fui à loja e vi o carro, com um amassado no para-choque, e fechei negócio antes mesmo do conserto", conta ele, que diz ter economizado R$ 10 mil na versão 2015 em relação ao que pagaria pelo modelo zero.
Para tentar convencer proprietários de seminovos a trocarem de carro, lojistas oferecem vantagens, principalmente o pagamento do valor integral avaliado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas.
A Tabela Fipe, como é conhecida, é usada como parâmetro para negociações e, normalmente, paga-se no máximo 85% a 90% do preço sugerido. Se a troca for por um carro zero, também há descontos de até R$ 2 mil.
Diferença
A diferença de preço de um carro com três anos de uso para a versão nova varia de acordo com as condições do usado e das mudanças promovidas pela fabricante no modelo mais atual, algumas vezes bem significativas.
Um Onix 2016 custa quase R$ 43 mil, enquanto sua versão 2013 sai 24% mais barata, segundo pesquisa da consultoria Molicar. Para o Fit, a diferença é de 29% - nesse período, o modelo teve o design renovado e o motor 1.4 substituído por 1.5.
Vítor Meizikas, analista de mercado da Molicar, diz que os preços dos usados não tiveram valorização significativa. "O novo é que ficou mais caro, parte por renovações e parte por causa da alta do dólar, pois muitos componentes são importados".
No ramo de usados há mais de 50 anos, Roberto Giannetti, da Giannetti Automóveis, na região central de São Paulo, também enfrenta grande dificuldade em conseguir modelos de 2013 a 2015, "porque os donos que trocavam mais rápido de carro agora demoram mais".
O único veículo desse segmento disponível na loja atualmente é um Hyundai ix35 2015, blindado, à venda por R$ 125 mil.
Carros com mais de quatro anos de uso, diz Giannetti, são mais difíceis de vender porque o financiamento e o seguro são mais caros. Segundo a Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos (Fenauto), no primeiro semestre as vendas de modelos com quatro a 12 anos caíram 12% e, acima disso, 17,2%.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
São Paulo - A crise que derrubou o mercado de carros zero-quilômetro teve efeito inverso no segmento de seminovos.
As vendas de modelos com até três anos de uso cresceram 23,6% no primeiro semestre, quase o mesmo porcentual de queda registrado nos novos, de 25,4% no período.
Com essa substituição promovida pelo consumidor, vários carros usados desapareceram das lojas, principalmente na faixa de preço de R$ 30 mil a R$ 50 mil.
Segundo lojistas, a escassez é maior em modelos de boa aceitação no mercado de novos, como Chevrolet Onix - campeão de vendas entre os zero quilômetro -, Honda Fit, Hyundai HB20, Toyota Corolla e vários automóveis com motor 1.0 mais equipados.
Preço mais em conta é o principal atrativo dos seminovos para o consumidor que pretende comprar um zero, mas tem receio de desembolsar alto valor num período de insegurança no mercado de trabalho e falta de crédito para financiamento.
Na revenda Honda Dealer, na zona sul de São Paulo, o estoque de usados girava em torno de 150 carros, mas atualmente só há 50 unidades na loja, diz o supervisor Vytas Cipas. Nenhum deles é do modelo Fit, o mais procurado da marca.
"Até um Fit batido que recebemos foi vendido no mesmo dia em que chegou; não deu tempo nem de prepará-lo para exposição".
O corretor de seguros Rogério Borges Leite, comprador desse Fit, costuma trocar de carro a cada três ou quatro anos, normalmente por um zero, mas, desta vez, preferiu o usado.
"Foi um achado; fui à loja e vi o carro, com um amassado no para-choque, e fechei negócio antes mesmo do conserto", conta ele, que diz ter economizado R$ 10 mil na versão 2015 em relação ao que pagaria pelo modelo zero.
Para tentar convencer proprietários de seminovos a trocarem de carro, lojistas oferecem vantagens, principalmente o pagamento do valor integral avaliado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas.
A Tabela Fipe, como é conhecida, é usada como parâmetro para negociações e, normalmente, paga-se no máximo 85% a 90% do preço sugerido. Se a troca for por um carro zero, também há descontos de até R$ 2 mil.
Diferença
A diferença de preço de um carro com três anos de uso para a versão nova varia de acordo com as condições do usado e das mudanças promovidas pela fabricante no modelo mais atual, algumas vezes bem significativas.
Um Onix 2016 custa quase R$ 43 mil, enquanto sua versão 2013 sai 24% mais barata, segundo pesquisa da consultoria Molicar. Para o Fit, a diferença é de 29% - nesse período, o modelo teve o design renovado e o motor 1.4 substituído por 1.5.
Vítor Meizikas, analista de mercado da Molicar, diz que os preços dos usados não tiveram valorização significativa. "O novo é que ficou mais caro, parte por renovações e parte por causa da alta do dólar, pois muitos componentes são importados".
No ramo de usados há mais de 50 anos, Roberto Giannetti, da Giannetti Automóveis, na região central de São Paulo, também enfrenta grande dificuldade em conseguir modelos de 2013 a 2015, "porque os donos que trocavam mais rápido de carro agora demoram mais".
O único veículo desse segmento disponível na loja atualmente é um Hyundai ix35 2015, blindado, à venda por R$ 125 mil.
Carros com mais de quatro anos de uso, diz Giannetti, são mais difíceis de vender porque o financiamento e o seguro são mais caros. Segundo a Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos (Fenauto), no primeiro semestre as vendas de modelos com quatro a 12 anos caíram 12% e, acima disso, 17,2%.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.