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Em crise, Brasil quer atrair mais capital chinês

Para o leilão de transmissão de energia, previsto para setembro, grupos chineses e outras multinacionais foram convidados para participar

Leilões: o desmonte de ativos da Eletrobras, como as subsidiárias Eletrosul e Celg, é considerado atraente (Arquivo/Agência Brasil)
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Da Redação

Publicado em 25 de julho de 2016 às 08h52.

São Paulo - Uma forte onda de investimentos de companhias chinesas no Brasil é esperada para os próximos meses, sobretudo em infraestrutura e commodities.

Para o leilão de transmissão de energia, previsto para setembro, grupos chineses e outras multinacionais - que já atuam aqui e novas - foram convidados para participar, segundo fontes ouvidas pelo jornal O Estado de S. Paulo.

O desmonte de ativos da Eletrobras, como as subsidiárias Eletrosul e Celg, é considerado atraente. Os ativos estão sendo oferecidos a diversos investidores, chineses ou não.

Também estão à venda importantes negócios do setor, como a Hidrelétrica de Santo Antônio, no Rio Madeira, que tem entre os sócios o grupo Odebrecht, a participação da Light na Renova, ativos da Abengoa e Duke Energy, dizem fontes. As empresas não comentam.

A State Grid e sua conterrânea China Three Gorges (CTG), ambas estatais, são apontadas como compradoras de vários ativos no Brasil. A CTG foi a última a aportar por aqui.

Chegou em 2013 e comprou participação em várias hidrelétricas e, nos últimos meses, arrematou as Usinas Jupiá e Ilha Solteira, da Cesp.

Nas últimas semanas, representantes da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China fizeram um "road show" em território chinês para atrair investidores.

"Há grupos que ainda não têm investimentos no Brasil e que estão sendo apresentadas aos diversos negócios à venda (de infraestrutura ao agronegócio)", disse Charles Tang, presidente da entidade, que está na China nessa comissão e deve voltar no início de agosto.

Entre 2010 e 2015, investidores chineses colocaram entre US$ 30 bilhões e US$ 35 bilhões no País, segundo Roberto Dumas Damas, professor de economia chinesa do Insper.

"Estão nessa conta investimentos diretos e em empresas", diz. "Os chineses buscam negócios, principalmente, em recursos naturais e commodities."

Segundo ele, o total de aporte poderá aumentar, considerando a recessão econômica e investigações em curso da Operação Lava Jato, que apura corrupção em contratos da Petrobras.

"Tem vários ativos da Lava Jato à venda e o Brasil está barato. É uma combinação perfeita."

Tang estima que os potenciais aportes de chinesas no País podem chegar a US$ 70 bilhões - considerando os já feitos desde 2010.

Longo prazo

Para Rodrigo Zeidan, da Fundação Dom Cabral, os investidores chineses olham o Brasil no longo prazo. "Eles consideram o Brasil como um importante player para fazer frente à dominação dos EUA."

Após a crise financeira global de 2008, países asiáticos que apostavam nos EUA e na Europa começaram a buscar oportunidades em países emergentes.

No Brasil, os chineses têm mirado especialmente o setor de infraestrutura. Além da aquisição de empresas de energia, já demonstraram interesses em projetos de ferrovias, a exemplo da Bioceânica - uma estrada de ferro que ligaria os litorais do Peru e do Brasil a um custo de R$ 40 bilhões.

Para os chineses, seria um empreendimento que facilitaria o transporte de grãos do Centro-Oeste para a China.

"Eles estão comprando tudo", afirma Luiz Fernando Loene Vianna, presidente da Copel - sócia da State Grid em três linhas de transmissão, num total de 2.572 km.

"Eles são muito sérios nas obrigações e nos aportes que precisam fazer." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O desmonte de ativos da Eletrobras, como as subsidiárias Eletrosul e Celg, é considerado atraente. Os ativos estão sendo oferecidos a diversos investidores, chineses ou não.

Também estão à venda importantes negócios do setor, como a Hidrelétrica de Santo Antônio, no Rio Madeira, que tem entre os sócios o grupo Odebrecht, a participação da Light na Renova, ativos da Abengoa e Duke Energy, dizem fontes. As empresas não comentam.

A State Grid e sua conterrânea China Three Gorges (CTG), ambas estatais, são apontadas como compradoras de vários ativos no Brasil. A CTG foi a última a aportar por aqui.

Chegou em 2013 e comprou participação em várias hidrelétricas e, nos últimos meses, arrematou as Usinas Jupiá e Ilha Solteira, da Cesp.

Nas últimas semanas, representantes da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China fizeram um "road show" em território chinês para atrair investidores.

"Há grupos que ainda não têm investimentos no Brasil e que estão sendo apresentadas aos diversos negócios à venda (de infraestrutura ao agronegócio)", disse Charles Tang, presidente da entidade, que está na China nessa comissão e deve voltar no início de agosto.

Entre 2010 e 2015, investidores chineses colocaram entre US$ 30 bilhões e US$ 35 bilhões no País, segundo Roberto Dumas Damas, professor de economia chinesa do Insper.

"Estão nessa conta investimentos diretos e em empresas", diz. "Os chineses buscam negócios, principalmente, em recursos naturais e commodities."

Segundo ele, o total de aporte poderá aumentar, considerando a recessão econômica e investigações em curso da Operação Lava Jato, que apura corrupção em contratos da Petrobras.

"Tem vários ativos da Lava Jato à venda e o Brasil está barato. É uma combinação perfeita."

Tang estima que os potenciais aportes de chinesas no País podem chegar a US$ 70 bilhões - considerando os já feitos desde 2010.

Longo prazo

Para Rodrigo Zeidan, da Fundação Dom Cabral, os investidores chineses olham o Brasil no longo prazo. "Eles consideram o Brasil como um importante player para fazer frente à dominação dos EUA."

Após a crise financeira global de 2008, países asiáticos que apostavam nos EUA e na Europa começaram a buscar oportunidades em países emergentes.

No Brasil, os chineses têm mirado especialmente o setor de infraestrutura. Além da aquisição de empresas de energia, já demonstraram interesses em projetos de ferrovias, a exemplo da Bioceânica - uma estrada de ferro que ligaria os litorais do Peru e do Brasil a um custo de R$ 40 bilhões.

Para os chineses, seria um empreendimento que facilitaria o transporte de grãos do Centro-Oeste para a China.

"Eles estão comprando tudo", afirma Luiz Fernando Loene Vianna, presidente da Copel - sócia da State Grid em três linhas de transmissão, num total de 2.572 km.

"Eles são muito sérios nas obrigações e nos aportes que precisam fazer." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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