Henrique Meirelles já promoveu diversos ajustes nos juros desde 2003 (.)
Da Redação
Publicado em 10 de junho de 2010 às 12h09.
São Paulo - A alta de 0,75 ponto percentual na taxa básica de juros anunciada na noite desta quarta-feira (9) pode ter sido a última com essa magnitude. Economistas ouvidos pelo site EXAME.com acreditam que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) deva reduzir o ritmo na próxima reunião, nos dias 20 e 21 de julho (veja abaixo infográfico com as oscilações dos juros no governo Lula).
"O cenário internacional pode ajudar o Banco Central no papel de acomodar a economia brasileira", diz o consultor econômico da WinTrade (Home Broker da Alpes Corretora), José Góes. O especialista avalia que a decisão desta quarta-feira (9) foi correta e sem surpresas. "O Banco Central comunicou-se muito bem com o mercado".
O presidente do Conselho de Administração do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (IBEF-SP), Walter Machado de Barros, considerou precipitada a alta de 0,75 p.p.. "A retirada dos benefícios fiscais dos automóveis e dos eletrodomésticos já desaqueceu um pouco a economia", disse o executivo. "Talvez os diretores do Copom tenham sido influenciados pelo PIB elevado do primeiro trimestre, mas isso não vai se repetir no segundo trimestre".
Walter Machado de Barros considera que o mais adequado teria sido promover ajustes de meio ponto. "Já estamos observando uma queda na demanda externa por causa da crise europeia", disse o presidente do IBEF-SP.
José Góes projeta uma elevação de meio ponto na reunião de julho, embora o "BC não tenha dado nenhuma pista no comunicado divulgado". A Selic, atualmente em 10,25% ao ano, pode encerrar o ano entre 11,25% e 11,75% nas previsões do consultor econômico da WinTrade. "Se até lá o cenário internacional melhorar muito, o que não é provável, e o mercado interno continuar aquecido, daí o Copom pode repetir a alta de 0,75 ponto percentual."
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