Economia

Economistas esperam inflação e PIB menores para 2017

Boletim Focus do Banco Central também apontou que o grupo de analistas que mais acertam previsões projetam novos cortes para a Selic

Boletim Focus: cenário de inflação menor vem em meio ao de forte recessão do país, com piora nas expectativas para o PIB (João Ramid/Veja)

Boletim Focus: cenário de inflação menor vem em meio ao de forte recessão do país, com piora nas expectativas para o PIB (João Ramid/Veja)

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Reuters

Publicado em 26 de dezembro de 2016 às 09h21.

São Paulo - O Brasil terá menos inflação e atividade econômica piores neste e no próximo ano, segundo pesquisa Focus do Banco Central publicado nesta segunda-feira, com o grupo que mais acerta as projeções vendo que a taxa básica de juros do país recuará ainda mais.

O levantamento, que ouve uma centena de economistas de instituições financeiras toda a semana, mostrou que, pela mediana das estimativas, o IPCA fechará este ano com alta de 6,40 por cento --dentro da meta oficial, de 4,5 por cento com margem de tolerância de 2 pontos percentuais--, abaixo dos 6,49 por cento esperados até então.

Para 2017, as contas passaram a 4,85 por cento, sobre 4,90 por cento da semana anterior, aproximando-se ainda mais do centro do objetivo, de 4,5 por cento, mas com banda de 1,5 ponto.

O cenário de inflação menor vem em meio ao de forte recessão do país, que levou a novas pioras nas expectativas para o Produto Interno Bruto (PIB) no Focus.

Para 2016, espera-se queda de 3,49 por cento, sobre 3,48 por cento, enquanto que para 2017, a alta recuou a 0,50 por cento, sobre 0,58 por cento.

O IPCA-15, prévia da inflação oficial e divulgado na semana passada, subiu menos do que o esperado em dezembro e fechou o ano muito próximo da meta do governo, o que levou a alguns especialistas a não descartarem que o BC pode acelerar ainda mais o passo e reduzir a Selic em 0,75 p

onto em janeiro. Por enquanto, as apostas majoritárias são de corte de 0,5 ponto, já maior do que as duas reduções de 0,25 ponto feitas até agora.

Na semana passada, o BC passou a ver inflação dentro da meta neste ano, ao mesmo tempo em que piorou sua projeção de crescimento econômico tanto em 2016 quanto em 2017, reiterando que o ritmo de desinflação nas suas projeções pode se intensificar diante da retomada mais lenta na atividade, mantendo aberto o espaço para corte maior nos juros.

A Selic está em 13,25 por cento ao ano. No Focus, pela mediana das projeções, a taxa básica de juros fechará 2017 a 10,50 por cento. Mas, pelo Top 5 --instituições que mais acertam as estimativas--, o BC será mais agressivo e levará a Selic a 10 por cento no período.

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