Economia

Economista diz que superávit primário decepcionou

Para Raul Velloso, resultado de R$ 1,430 bilhão veio longe do esperado, pois o aumento na arrecadação permitiria um número mais robusto

Para especialista, superávit veio abaixo das "expectativas naturais" (.)

Para especialista, superávit veio abaixo das "expectativas naturais" (.)

DR

Da Redação

Publicado em 29 de junho de 2010 às 18h33.

Brasília - O setor público registrou em maio superávit primário (economia para o pagamento de juros da dívida pública) de R$ 1,430 bilhão contra superávit de R$ 1,119 bilhão no mesmo período do ano passado. Apesar do crescimentos, o especialista em finanças públicas, Raul Velloso, avalia que o resultado veio abaixo do esperado.

Nas contas de Velloso, a arrecadação de maio deste ano, comparado com o mês em 2009, cresceu 18% e, por isso, o resultado do superávit deveria ser mais positivo. "As condições comparativas com ano passado eram favoráveis para que o superávit fosse muito maior", explica ele, considerando que em maio de 2009, o período era de crise.

Velloso diz que os dados divulgados pelo Banco Central nesta terça-feira (29) vão contra a "expectativa natural" e que isso se deve ao excesso de gastos do governo. "Por conta do clima eleitoral, o governo tem caprichado nas despesas. O investimento da união cresceu 80%, os reajustes e benefícios oferecidos estão muito altos", disse ele.

Para o economista, os impactos da gastança já estão sendo sentidos, "a começar pelas altas de juros do BC", explica. No entanto, ele acredita que o problema maior deve ficar para o próximo governo.

Velloso alerta para o risco de o superávit ficar numa faixa inferior ao correspondente a 2% do Produto Interno Bruto (PIB). "O superávit agora está em 2,1% do PIB. Se ficar abaixo de dois, há possibilidade que a relação dívida-PIB suba", conclui.
 

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