Economia britânica afasta maus presságios por Brexit
As últimas estatísticas oficiais mostram de forma quase unânime que a atividade econômica não sofreu pelo referendo de 23 de junho
Da Redação
Publicado em 18 de agosto de 2016 às 15h20.
O bom estado da economia britânica afastou até agora os maus presságios vinculados à decisão de abandonar a UE . No entanto, os analistas advertem que a situação pode piorar nos próximos meses.
As últimas estatísticas oficiais mostram de forma quase unânime que a atividade econômica não sofreu pelo referendo de 23 de junho, para grande surpresa dos analistas que haviam previsto sua desaceleração.
Boa parte dos economistas, dos organismos internacionais, e inclusive o Tesouro e o Banco de Inglaterra temiam um impacto negativo imediato, dada a incerteza ligada ao Brexit, começando pelo longo período de negociação pouco propício para tranquilizar os meios financeiros.
"Até agora, o voto do Brexit não afetou os indicadores econômicos oficiais. Ainda é cedo, mas é evidente que até o momento a confiança não caiu, nem para os consumidores, nem para as empresas", constata Laith Khalaf, analista da Hargreaves Lansdown.
A economia britânica resiste bem, como os dados de vendas, publicados nesta quinta-feira, que subiram 1,4% em julho, bem acima do previsto, demonstrando que os consumidores não mudaram seus hábitos.
As lojas, inclusive, se beneficiaram dos gastos dos turistas, cujo poder de compra está inflado pela desvalorização da libra esterlina.
Outras publicações de julho, o primeiro mês completo após o referendo, reforçam essa confiança, como a queda das demandas de ajuda por desemprego, a rápida aceleração da inflação e a estabilização das vendas de carros novos.
"O desemprego é historicamente baixo e a confiança dos consumidores continua sendo elevada", afirma Daniel Vernazza, economista da Unicredit, explicando que "a maioria das pessoas que votaram pela saída da UE não achava que o resultado seria a derrubada da economia do Reino Unido, motivo pelo qual não deveriam reduzir seus gastos no curto prazo".
O otimismo é generalizado também entre os investidores, como mostra a aceleração do principal indicador da Bolsa de Londres desde o início de agosto, principalmente empurrado pelas perspectivas que traz consigo o novo dispositivo revelado pelo Banco da Inglaterra (BoE).
O Boe, que baixou seus juros e injetou liquidez no sistema financeiro, poderá ver-se respaldado em pouco tempo pelo governo britânico.
Um futuro não muito cor de rosa
Entretanto, os analistas continuam pessimistas em relação aos próximos meses e advertem que a economia britânica pode estar esgotando suas reservas de otimismo.
As pesquisas recentes que avaliam a confiança dos consumidores e das empresas são bem menos tranquilizadoras do que os dados oficiais.
O grande temor dos analistas é que o movimento de saída da Europa paralise as empresas, que reduziriam seus investimentos, seus custos, e finalmente, suas contratações.
"Os consumidores se beneficiariam de um poder de compra menos favorável em um momento em que a inflação acelera e onde o crescimento dos lucros das empresas se verá limitado pelo controle de gastos. Por outro lado, parece que o desemprego aumentará nos próximos meses", explica Howard Archer.
A patronal britânica também espera um futuro não muito cor de rosa.
"A recente queda da libra encarecerá o custo de vida no ano que vem, o que afetará a capacidade dos gastos das famílias", adverte Anna Leach, economista da CBI.
O bom estado da economia britânica afastou até agora os maus presságios vinculados à decisão de abandonar a UE . No entanto, os analistas advertem que a situação pode piorar nos próximos meses.
As últimas estatísticas oficiais mostram de forma quase unânime que a atividade econômica não sofreu pelo referendo de 23 de junho, para grande surpresa dos analistas que haviam previsto sua desaceleração.
Boa parte dos economistas, dos organismos internacionais, e inclusive o Tesouro e o Banco de Inglaterra temiam um impacto negativo imediato, dada a incerteza ligada ao Brexit, começando pelo longo período de negociação pouco propício para tranquilizar os meios financeiros.
"Até agora, o voto do Brexit não afetou os indicadores econômicos oficiais. Ainda é cedo, mas é evidente que até o momento a confiança não caiu, nem para os consumidores, nem para as empresas", constata Laith Khalaf, analista da Hargreaves Lansdown.
A economia britânica resiste bem, como os dados de vendas, publicados nesta quinta-feira, que subiram 1,4% em julho, bem acima do previsto, demonstrando que os consumidores não mudaram seus hábitos.
As lojas, inclusive, se beneficiaram dos gastos dos turistas, cujo poder de compra está inflado pela desvalorização da libra esterlina.
Outras publicações de julho, o primeiro mês completo após o referendo, reforçam essa confiança, como a queda das demandas de ajuda por desemprego, a rápida aceleração da inflação e a estabilização das vendas de carros novos.
"O desemprego é historicamente baixo e a confiança dos consumidores continua sendo elevada", afirma Daniel Vernazza, economista da Unicredit, explicando que "a maioria das pessoas que votaram pela saída da UE não achava que o resultado seria a derrubada da economia do Reino Unido, motivo pelo qual não deveriam reduzir seus gastos no curto prazo".
O otimismo é generalizado também entre os investidores, como mostra a aceleração do principal indicador da Bolsa de Londres desde o início de agosto, principalmente empurrado pelas perspectivas que traz consigo o novo dispositivo revelado pelo Banco da Inglaterra (BoE).
O Boe, que baixou seus juros e injetou liquidez no sistema financeiro, poderá ver-se respaldado em pouco tempo pelo governo britânico.
Um futuro não muito cor de rosa
Entretanto, os analistas continuam pessimistas em relação aos próximos meses e advertem que a economia britânica pode estar esgotando suas reservas de otimismo.
As pesquisas recentes que avaliam a confiança dos consumidores e das empresas são bem menos tranquilizadoras do que os dados oficiais.
O grande temor dos analistas é que o movimento de saída da Europa paralise as empresas, que reduziriam seus investimentos, seus custos, e finalmente, suas contratações.
"Os consumidores se beneficiariam de um poder de compra menos favorável em um momento em que a inflação acelera e onde o crescimento dos lucros das empresas se verá limitado pelo controle de gastos. Por outro lado, parece que o desemprego aumentará nos próximos meses", explica Howard Archer.
A patronal britânica também espera um futuro não muito cor de rosa.
"A recente queda da libra encarecerá o custo de vida no ano que vem, o que afetará a capacidade dos gastos das famílias", adverte Anna Leach, economista da CBI.