E se o governo americano tivesse ignorado a crise de 2008?
O que teria acontecido se ao invés de reagir com estímulos, os EUA tivessem ficado inertes diante da crise? Recessão seria mais longa e dramática, diz estudo
João Pedro Caleiro
Publicado em 25 de outubro de 2015 às 06h00.
São Paulo - A crise financeira de 2008 foi a pior desde 1929 e apesar do epicentro nos Estados Unidos , seus efeitos são sentidos até hoje no mundo inteiro.
Hoje, a esmagadora maioria dos economistas concorda que ela teria sido muito pior sem a reação do governo americano, que resgatou bancos, salvou montadoras da falência e lançou programas de compra de ativos e de estímulo fiscal.
Mas o que exatamente teria acontecido se eles tivessem simplesmente deixado a crise degringolar?
É o que pergunta um novo estudo publicado no Center on Budget and Policy Priorities por Alan S. Blinder, professor da Universidade de Princeton , e Mark Zandi, da Moody's Analytics.
Eles usaram um modelo econômico da Moody's que simula o efeito de políticas públicas e o multiplicador de cada dólar quando aplicados sobre a economia geral.
O cenário-base utilizado foi o de corte de juros com vigência dos chamados estabilizadores automáticos, como seguro-desemprego, e nada além disso.
Consequências
"Nem todas as políticas fiscais, monetárias e financeiras após o dia da quebra do Lehman Brothers foram efetivas, e o processo foi às vezes bagunçado. Mas no conjunto, a resposta foi um grande sucesso. Sem ela, poderíamos ter experimentado algo próximo de uma Grande Depressão 2.0", diz o estudo.
Eis algumas das consequências calculadas na hipótese de um governo inerte: a economia teria caído 14% em relação ao seu pico (ao invés de 4%), a recessão teria durado três anos (o dobro do que durou) e mais de 17 milhões de empregos teriam sido perdidos (duas vezes mais do que o registrado), o que faria o desemprego atingir 16% (e não 10%).
Eles também calcularam o impacto isolado das principais políticas. O pacote de estímulos, por exemplo, cortou o desemprego em 1,4 ponto percentual e aumentou o PIB em 3,3 pontos percentuais em 2010, enquanto o resgate dos bancos cortou o desemprego em 2,2 pontos percentuais e aumentou o PIB em 4,2 pontos percentuais até 2011.
Apesar de talvez ser o mais completo, este não é o primeiro estudo que estima esses efeitos, e todos chegaram a conclusões parecidas.
Mais difícil é estimar o que teria acontecido caso outras políticas tivessem sido aplicadas - como um estímulo ainda maior, nacionalização dos bancos, juros negativos, ajuda direta a donos de hipotecas ou outras ideias aventadas durante e depois da crise.
Pessoas de classe média | 108 milhões |
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Classe média como proporção da população | 10,7% |
Riqueza anual mínima para ser classe média | US$ 29.245 |
Pessoas de classe média | 91 milhões |
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Classe média como proporção da população | 37,7% |
Riqueza anual mínima para ser classe média | US$ 50.000 |
Pessoas de classe média | 62 milhões |
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Classe média como proporção da população | 59,5% |
Riqueza anual mínima para ser classe média | US$ 42.105 |
Pessoas de classe média | 29 milhões |
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Classe média como proporção da população | 59,7% |
Riqueza anual mínima para ser classe média | US$ 42.177 |
Pessoas de classe média | 28 milhões |
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Classe média como proporção da população | 42,4% |
Riqueza anual mínima para ser classe média | US$ 43.733 |
Pessoas de classe média | 27 milhões |
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Classe média como proporção da população | 57,4% |
Riqueza anual mínima para ser classe média | US$ 55.123 |
Pessoas de classe média | 23,8 milhões |
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Classe média como proporção da população | 49,2% |
Riqueza anual mínima para ser classe média | US$ 46.183 |
Pessoas de classe média | 23 milhões |
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Classe média como proporção da população | 3% |
Riqueza anual mínima para ser classe média | US$ 13.662 |
Pessoas de classe média | 20,9 milhões |
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Classe média como proporção da população | 55,8% |
Riqueza anual mínima para ser classe média | US$ 37.521 |
Pessoas de classe média | 17,3 milhões |
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Classe média como proporção da população | 44,6% |
Riqueza anual mínima para ser classe média | US$ 37.874 |
Pessoas de classe média | 13,2 milhões |
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Classe média como proporção da população | 47,8% |
Riqueza anual mínima para ser classe média | US$ 49.481 |
Pessoas de classe média | 12,9 milhões |
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Classe média como proporção da população | 17,1% |
Riqueza anual mínima para ser classe média | US$ 25.638 |
Pessoas de classe média | 11,2 milhões |
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Classe média como proporção da população | 8,1% |
Riqueza anual mínima para ser classe média | US$ 28.321 |