Economia

Diretor do BC diz acreditar no ingresso do Brasil na OCDE

Pra Tiago Berriel, só o fato de pleitear o espaço na organização sinaliza o compromisso efetivo do Brasil com as reformas e a busca de normas internacionais

BC: "A OCDE é um ótimo paradigma para se alinhar as normas internacionais" (Ueslei Marcelino/Reuters)

BC: "A OCDE é um ótimo paradigma para se alinhar as normas internacionais" (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 29 de agosto de 2017 às 19h12.

Brasília - O diretor de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos do Banco Central, Tiago Couto Berriel, disse nesta terça-feira, 29, durante workshop que trata sobre a solicitação brasileira para fazer parte da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que acredita no ingresso do Brasil na entidade.

Na avaliação do diretor, só o fato de pleitear o espaço sinaliza o compromisso efetivo do País com as reformas e a busca de normas internacionais.

"Na hora que diz quer entrar, você sinaliza de uma maneira efetiva que está empenhado em uma série de reformas, num horizonte longo", comentou.

Ele afirmou ainda que o Banco Central quer aproveitar a oportunidade de adesão para "fazer reformas e adequações das normas brasileiras aos padrões internacionais".

"Com isso, se gera ambiente de negócios mais simples e mais fácil para investidores brasileiros e estrangeiros", disse. "A OCDE é um ótimo paradigma para se alinhar as normas internacionais", reforçou.

Berriel disse que acredita que a entidade aceitará o pedido do Brasil e alguns fatores "saltam aos olhos" para lhe fazer acreditar que a entidade dará um parecer favorável.

"O sistema financeiro brasileiro tem poucas restrições passíveis de reserva, o investimento direto no Brasil é considerado em bom nível de liberalização", exemplificou.

O diretor do BC ponderou que nesta área de investimentos há algumas restrições constitucionais, justificadas muitas vezes por questão de segurança nacional, mas que isso "não é algo incomum" em outros países.

O diretor reforçou que "por mais que não seja mágico o efeito da adesão", a demonstração de comprometimento de que o País está em busca de padrões internacionais "deveria gerar retomada da confiança dos investidores".

"(o pedido de adesão) Se encaixa perfeitamente no contexto da nossa política econômica", afirmou, dizendo que entre as vantagens de fazer parte do grupo é que o País "passa a ter uma voz mais ativa, moldar o debate global".

Por fim, Berriel reconheceu que a proposta de adesão à OCDE deve demorar. "É um trabalho árduo, mas que acredito que colheremos frutos", ponderou.

O pedido de adesão foi feito pelo governo brasileiro no fim de maio, mas até que o País seja aceito pode haver um intervalo de anos.

Além de Berriel, participam do seminário que acontece no anexo do Palácio do Planalto e foi organizado pela Casa Civil, representantes do ministério da Fazenda, da Casa Civil, das Relações Exteriores e da própria OCDE.

O diretor do Centro de Política e Administração Fiscal da OCDE, Pascal Saint-Amans, também está presente. O workshop tem como objetivo discutir os Desafios e Oportunidade da Adesão do Brasil à OCDE.

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