Dilma decidirá destino de Lupi só na volta da Venezuela
A presidente Dilma exigiu do ministro do Trabalho explicações cabais das denúncias publicadas hoje na imprensa de duplo emprego
Da Redação
Publicado em 1 de dezembro de 2011 às 16h55.
Brasília - O destino do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, só será selado na volta da presidente Dilma Rousseff da viagem de três dias à Venezuela, para onde embarcou hoje no início da tarde. Apesar de não ter atendido, pelo menos por enquanto, à recomendação da Comissão de Ética Pública, de demitir Lupi, e encaminhado ofício ao colegiado pedindo que informe o que embasou a decisão de sugerir o afastamento de Lupi do cargo, a presidente Dilma exigiu do ministro do Trabalho explicações cabais das denúncias publicadas hoje na imprensa de duplo emprego.
A própria ministra-chefe da Secretaria de Comunicação, Helena Chagas, deu o tom da preocupação e insatisfação da presidente com essa nova denúncia contra Lupi. "Quanto à acusação de duplo emprego que saiu hoje na Folha de S. Paulo, o ministro disse à presidenta que vai apresentar explicações. E a presidenta está esperando estas explicações", declarou a ministra à imprensa.
Com isso, a sinalização é de que, somente na semana que vem, quando a presidente retornar de Caracas, a crítica situação do ministro Carlos Lupi será reavaliada por Dilma e seus auxiliares mais próximos. Essa denúncia do duplo emprego poderá ter sido a pá de cal contra Lupi e poderá antecipar a sua saída do cargo, atrapalhando os planos de Dilma, que pretendia só fazer novas mudanças no seu primeiro escalão na reforma ministerial, em janeiro ou fevereiro.
A decisão de não afastar Lupi agora também mostra o perfil de Dilma de deixar bem claro que não aceita imposições sobre o que deve ou não fazer, e quando deve fazer. A presidente não gostou da postura da Comissão de Ética e considerou inconsistentes as primeiras argumentações apresentadas pelo presidente Sepúlveda Pertence para propor a demissão de Lupi, assim como as declarações da conselheira Marília Muricy, relatora do caso na comissão.
Dilma não escondeu seu incômodo com o comportamento da Comissão. No Palácio do Planalto, todos ficaram surpresos com a forma como o fato foi conduzido e também com a antecipação da reunião. A reunião do colegiado, que estava marcada para o dia 5 de dezembro, foi antecipada para ontem, dia 30 de novembro. A antecipação, no entanto, foi decidida na reunião de 17 de outubro, cuja ata está publicada desde o início de novembro.
O ministro Carlos Lupi, também irritado com a decisão da Comissão, além de pedir reconsideração das punições a ele aplicadas - advertência e sugestão de exoneração - anunciou que vai encaminhar ofício à Comissão pedindo cópia da ata e até a degravação da reunião.
Brasília - O destino do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, só será selado na volta da presidente Dilma Rousseff da viagem de três dias à Venezuela, para onde embarcou hoje no início da tarde. Apesar de não ter atendido, pelo menos por enquanto, à recomendação da Comissão de Ética Pública, de demitir Lupi, e encaminhado ofício ao colegiado pedindo que informe o que embasou a decisão de sugerir o afastamento de Lupi do cargo, a presidente Dilma exigiu do ministro do Trabalho explicações cabais das denúncias publicadas hoje na imprensa de duplo emprego.
A própria ministra-chefe da Secretaria de Comunicação, Helena Chagas, deu o tom da preocupação e insatisfação da presidente com essa nova denúncia contra Lupi. "Quanto à acusação de duplo emprego que saiu hoje na Folha de S. Paulo, o ministro disse à presidenta que vai apresentar explicações. E a presidenta está esperando estas explicações", declarou a ministra à imprensa.
Com isso, a sinalização é de que, somente na semana que vem, quando a presidente retornar de Caracas, a crítica situação do ministro Carlos Lupi será reavaliada por Dilma e seus auxiliares mais próximos. Essa denúncia do duplo emprego poderá ter sido a pá de cal contra Lupi e poderá antecipar a sua saída do cargo, atrapalhando os planos de Dilma, que pretendia só fazer novas mudanças no seu primeiro escalão na reforma ministerial, em janeiro ou fevereiro.
A decisão de não afastar Lupi agora também mostra o perfil de Dilma de deixar bem claro que não aceita imposições sobre o que deve ou não fazer, e quando deve fazer. A presidente não gostou da postura da Comissão de Ética e considerou inconsistentes as primeiras argumentações apresentadas pelo presidente Sepúlveda Pertence para propor a demissão de Lupi, assim como as declarações da conselheira Marília Muricy, relatora do caso na comissão.
Dilma não escondeu seu incômodo com o comportamento da Comissão. No Palácio do Planalto, todos ficaram surpresos com a forma como o fato foi conduzido e também com a antecipação da reunião. A reunião do colegiado, que estava marcada para o dia 5 de dezembro, foi antecipada para ontem, dia 30 de novembro. A antecipação, no entanto, foi decidida na reunião de 17 de outubro, cuja ata está publicada desde o início de novembro.
O ministro Carlos Lupi, também irritado com a decisão da Comissão, além de pedir reconsideração das punições a ele aplicadas - advertência e sugestão de exoneração - anunciou que vai encaminhar ofício à Comissão pedindo cópia da ata e até a degravação da reunião.