Economia

Desta vez, alta do dólar é mais nociva para a inflação

Além de prestar atenção no bater do martelo das linhas de crédito do Banco Central, os profissionais do mercado ficam de olho na inflação. A divulgação do IPCA-15 de agosto, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), confirmou as expectativas de um aumento nos preços já no varejo. O índice confirmou a expectativa […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h03.

Além de prestar atenção no bater do martelo das linhas de crédito do Banco Central, os profissionais do mercado ficam de olho na inflação. A divulgação do IPCA-15 de agosto, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), confirmou as expectativas de um aumento nos preços já no varejo.

O índice confirmou a expectativa do mercado de uma alta de 1% nos preços neste mês, em comparação com o 0,77% registrado em julho (leia texto ao lado). Esse aumento pode adicionar uma preocupação a mais na já extensa lista de aflições do mercado. A saber, a influência do câmbio na inflação.

Os operadores querem colocar na ponta do lápis quanto da alta do dólar vai contaminar os preços de varejo. Durante a desvalorização de janeiro de 1999, a conclusão foi que a transmissão da desvalorização cambial para os preços -efeito conhecido como "pass-trough"- era de cerca de 20%.

Se isso for verdade, a desvalorização de 33% acumulada desde o início do ano vai representar um aumento de 6,6 pontos percentuais na inflação do varejo, elevando a valorização do IPCA para algo como 12% este ano, muito acima da meta de inflação.

No entanto, como diz um experiente economista de um grande banco de varejo, "nada garante que o pass-trough continua em 20". Pode ser, avalia ele, que a inflação esteja sendo mais contaminada do que no passado pela alta do dólar. "Com a tendência aparentemente insuperável de o dólar subir, cresce a propensão das empresas a vincular seus preços ao câmbio", diz ele. "Com isso, não tem 20% que resista. A conferir.

Fora isso, a expectativa do mercado financeiro para esta sexta-feira é de mais um dia calmo. Os operadores esperam uma leve queda no volume de negócios por causa da aproximação do fim da semana, sem grandes oscilações nos preços dos principais ativos.

O único fato excepcional nesse cenário calmo é com relação à venda de linhas de crédito para a exportação. A expectativa do mercado era de que essas linhas começassem a ser oferecidas hoje pelo Banco Central (BC).

No entanto, uma intervenção de 100 milhões de dólares realizada ontem pelo BC pode indicar uma antecipação dessa "irrigação" de dólares no mercado. "O BC pode ter decidido que não valia a pena esperar para intervir e, na primeira alta do dólar, vendeu o que o mercado queria", disse um experiente profissional da área de câmbio.

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