IR: o aumento poderia garantir até R$ 4 bilhões a mais para os cofres públicos (Foto/Getty Images)
Estadão Conteúdo
Publicado em 8 de agosto de 2017 às 17h47.
Brasília - O presidente da comissão especial da reforma tributária, deputado Hildo Rocha (PMDB-MA), criticou a possibilidade de o governo aumentar a alíquota para o Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF), como admitiu estar em estudo o presidente Michel Temer nesta terça-feira, 8. Para Rocha, a medida desaquece a economia brasileira.
"Precisa de uma compensação. Só aumentar a carga tributária não é bom. O aumento faz com que o mercado desaqueça, você torna o Brasil menos competitivo no mercado mundial. Ou seja, o Custo Brasil vai lá para cima. É exatamente o que não precisamos neste momento. Precisamos é tirar o Brasil da estagnação econômica", afirmou ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado.
"Para isso é preciso uma mudança no sistema tributário. Somos contra a cumulatividade, que torna a produção industrial muito mais cara. Não adianta aumentar apenas alíquota de IR se você não diminuir o imposto sobre o consumo", complementou.
Entre as propostas avaliadas pelo Palácio do Planalto está a criação de uma alíquota de 30% ou 35% de Imposto de Renda para quem ganha mais de R$ 20 mil mensais, o que poderia garantir até R$ 4 bilhões a mais para os cofres públicos. Já a tributação de lucros e dividendos poderia render ao menos R$ 15 bilhões em 2018.
A notícia irritou também o relator da reforma tributária na Câmara, deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR). A reportagem presenciou o momento em que o tucano assistia a um jornal vespertino anunciar a intenção do Palácio do Planalto.
"É brincadeira. Se a gente aprovar aumento de imposto, não volta mais nenhum deputado para cá", reagiu.