Depois da crise do cacau, baunilha também enfrenta disparada nos preços
Principal região de cultivo em Madagascar, maior produtor do mundo, foi atingida por ciclone
Redação Exame
Publicado em 5 de abril de 2024 às 07h01.
Os consumidores mais adeptos ao doce estão enfrentando uma "tempestade perfeita": além do aumento de preços afetando o cacau, principal matéria-prima do chocolate, agora a cotação da baunilha, muito apreciada em sorvetes, também subiu.
Georges Geeraerts, presidente do sindicato de exportadores de baunilha da ilha do Oceano Índico, disse que o dilúvio poderia reduzir a colheita de baunilha pela metade.
"Em um ano ruim, a produção é de cerca de 1.500 toneladas, em comparação com uma faixa de 2.000 a 2.500 toneladas", falou à agência. "Uma estimativa conservadora, antes de uma análise mais detalhada da região de cultivo, significa que a produção da safra atual pode ser tão baixa quanto 1.000 toneladas."
O clima adverso está assolando a África, com as condições de seca no sul arrasando as colheitas e contribuindo para o aumento da inflação dos alimentos.Os produtores de cacau da África Ocidental viram os rendimentos despencarem devido às fortes chuvas, mais do que triplicando os preços para até US$ 10.000 a tonelada. Isso está forçando os fabricantes de chocolate a aumentar os preços e reduzir as porções para os clientes.
A boa notícia para os amantes de sorvete é que não se espera que as restrições de fornecimento de baunilha sejam prolongadas - seu custo ainda não se recuperou de um recente excesso de oferta. "O menor impacto deste ano trará equilíbrio a partir de 2025", disse Geeraerts. "O mercado está liberalizado e o preço atual por quilograma é de cerca de US$ 60", em comparação com os US$ 250 de dois anos atrás.