Economia

Déficit nas contas externas fica em US$ 3,7 bilhões em julho

O resultado ficou abaixo do esperado pelo Banco Central


	Avião: A balança de serviços, que inclui viagens internacionais, foi a que mais contribuiu para o resultado negativo das transações correntes
 (Getty Images)

Avião: A balança de serviços, que inclui viagens internacionais, foi a que mais contribuiu para o resultado negativo das transações correntes (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 23 de agosto de 2012 às 13h31.

Brasília – O déficit em transações correntes, saldo negativo das compras e vendas de mercadorias e serviços do país, chegou a US$ 3,766 bilhões, em julho, e acumulou US$ 29,108 bilhões nos sete meses do ano. Os dados foram divulgados hoje (23) pelo Banco Central (BC). Nos mesmos períodos do ano passado, o resultado negativo estava em US$ 3,558 bilhões e US$ 29,592 bilhões, respectivamente. O resultado do mês passado ficou abaixo do esperado pelo BC, que previa US$ 4,5 bilhões. Para agosto, a expectativa do BC é que o déficit em transações correntes fique em US$ 2,1 bilhões.

Um dos itens da conta-corrente é a balança de serviços (viagens internacionais, transportes, aluguel de equipamentos, seguros e outros), que registrou déficit de US$ 3,463 bilhões, em julho, e de US$ 23,142 bilhões, nos sete meses do ano. A balança de serviços foi a que mais contribuiu para o resultado negativo das transações correntes.

Segundo o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, o déficit na conta de serviços vem crescendo de maneira moderada, puxado pelas despesas líquidas (descontadas as receitas) com aluguel de equipamentos. Esses gastos maiores são influenciados pela exploração de petróleo. De janeiro a julho deste ano, as despesas líquidas com aluguel de equipamentos ficou em US$ 10,864 bilhões, ante US$ 9,211 bilhões de igual período de 2011.

A conta de rendas (remessas de lucros e dividendos, pagamentos de juros e salários) apresentou resultado negativo de US$ 3,442 bilhões, no mês passado, e US$ 17,62 bilhões, de janeiro a julho deste ano.


De acordo com Maciel, as remessas de lucros e dividendos de empresas estrangeiras no Brasil para o exterior estão “mais fracas” este ano. Em contrapartida, o recebimento desses recursos de empresas brasileiras no exterior estão em ritmo mais forte. “Temos observado por vários anos o aumento de capital de empresas brasileiras no exterior. Era natural que em algum momento começássemos a receber esses lucros e dividendos”, disse. Além disso, o dólar mais alto estimula o recebimento de recursos no Brasil e desestimula o envio para o exterior. Maciel acrescentou que a economia brasileira em ritmo mais fraco também reduz os lucros e dividendos enviados para fora.

De janeiro a julho, as remessas líquidas de lucros e dividendos (receitas e despesas) ficaram em US$ 11,7 bilhões, ante US$ 20,59 bilhões de igual período de 2011.

Outro item das transações correntes é a balança comercial, formada por exportações e importações, que, por sua vez, contribuiu para compensar o resultado negativo dos outros itens da conta-corrente. No mês passado, o saldo positivo ficou em US$ 2,877 bilhões. Nos sete meses do ano, o superávit comercial chegou a US$ 9,946 bilhões.

Segundo Maciel, o “desempenho melhor do que o esperado” da balança comercial ajudou a conta-corrente a ter um resultado negativo menor. De acordo com ele, greves no serviço público podem ter influenciado as importações, que foram menores do que o esperado.

As transferências unilaterais correntes (doações e remessas de dólares que o país faz para o exterior ou recebe de outros países, sem contrapartida de serviços ou bens) tiveram ingresso líquido de US$ 263 milhões, em julho, e US$ 1,709 bilhão, nos sete meses de 2012.

Atualizada às 13:30

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